Chileno nascido em 1858, Henrique Bernadelli mudou-se ainda criança para o Brasil, em 1865, quando seus pais, um violinista e uma bailarina, foram contratados pelo Imperador Dom Pedro II para serem preceptores das princesas imperiais.
Em 1870 matriculou-se na Academia Imperial de Belas Artes, onde foi aluno de Victor Meirelles, Zeferino da Costa e Agostinho da Motta, entre outros. Seguindo seu irmão, Rodolfo Bernadelli, Henrique terminou brilhantemente seu curso na Academia e mudou-se para Roma, onde durante os anos de 1878 a 1886 estudou pintura.
Esta estada foi, definitivamente, a maior influência em sua obra futura, que se diferenciou gritantemente da realizada por outros artistas brasileiros na época. Estes estavam influenciados pelas vertentes parisienses, enquanto Bernadelli desenvolveu em Roma um estilo mais ousado, sem sentimentalismos ou divagações filosóficas.
De volta ao Brasil em 1886, Bernadelli fez-se notar através de uma exposição no Rio de Janeiro, em que expôs obras trazidas de Roma, como Mater e A Messalina. Ambas acompanham uma tendência natural do artista a acentuar a naturalidade das coisas, o que estaria presente em suas outras obras.
Enquadrado dentro de um realismo quase que teatral, Bernadelli foi um elemento renovador da pintura brasileira da época, altamente influenciada pelas escolas francesas. Mesmo com um estilo original e ousado, o artista manteve-se fiel a pintura acadêmica, embora tenha tido romances com a pintura impressionista.
Henrique Bernadelli lecionou pintura na Academia entre os anos de 1891 e 1905, e mais tarde dedicou-se ao ensino particular em sua residência. Entre seus alunos estiveram Lucílio de Albuquerque, Georgina de Albuquerque, Eugênio Latour, Hélios Seelinger e Arthur Timótheo da Costa. Faleceu no ano de 1936, no Rio de Janeiro.