Um dos maiores artistas de todos os tempos, Leonardo da Vinci foi também dos gênios mais completos que a humanidade já conheceu. Embora tenha produzido uma obra pictórica relativamente pequena, conquistou na história da arte uma posição tão elevada que poucos conseguem equiparar-se a ele. Embora não tenha chegado a aplicar na prática os resultados de suas múltiplas investigações nos mais diversos campos do conhecimento científico, deixou anotações de extrema valia para as gerações posteriores e concebeu inventos que só muitos séculos mais tarde encontrariam condições para concretizar-se.
Um Gênio Universal
Ao talento artístico somaram-se a curiosidade intelectual e a inventividade científica para fazerem de Leonardo a mais perfeita encarnação do espírito universal do Renascimento.
Filho ilegítimo de uma obscura Caterina e de um certo Piero, abastado notário florentino, Leonardo nasceu na pequena cidade de Vinci, perto de Florença, no dia 15 de abril de 1452. Como o pai não lhe deu o nome, passou para a posteridade como Leonardo da Vinci, celebrizando para sempre o vilarejo onde veio ao mundo.
Praticamente nada se sabe sobre sua infância. Parece que foi criado pelo pai (segundo alguns biógrafos, pelo avô materno), e começou a pintar e desenhar em tenra idade.
Segundo relata o artista e historiador de arte Giorgio Vasari, Piero ficou tão impressionado com os trabalhos do filho que um dia os mostrou a Andrea del Verrocchio, pintor, escultor e ourives florentino de grande prestígio na época. Entusiasmado, Verrocchio aceitou o jovem como um de seus muitos aprendizes, obrigando-o, em troca de lições de arte, a desempenhar tarefas tão pouco estéticas quanto varrer o chão.
Por volta dos 20 anos, Leonardo alcançou um nível mais alto na hierarquia de aprendizes e passou a ajudar o mestre na realização de suas pinturas, atribuindo-se-lhe o anjo da esquerda que figura em O Batismo de Cristo (c. 1472). Para Vasari, a autoria de Leonardo é indiscutível; o historiador chega a relatar que Verrocchio deixou de pintar, envergonhado por verificar que o discípulo o superava.
Tido já como artista "formado", em 1472 Leonardo ingressou na Corporação dos Pintores de Florença no grau de mestre, o que lhe permitia estabelecer-se como pintor independente. Contudo, preferiu continuar trabalhando com Verrocchio, possivelmente como seu assistente. Não se sabe por quanto tempo ficou na oficina do mestre, mas é certo que ainda trabalhava ali em 1476, pois o local é citado numa acusação anônima de homossexualismo feita contra Leonardo nesse ano — e arquivada por falta de provas.
O EFERVESCENTE MUNDO FLORENTINO
Florença era então uma república independente — a Itália como país só se configurou na segunda metade do século XIX —, governada por Lourenço de Medici, "o Magnífico". Desde que assumira o poder, em 1469, Lourenço firmara alianças com Estados vizinhos, como Milão, Veneza, Ferrara, para manter a paz em seus domínios, assegurando a prosperidade econômica e o desenvolvimento das artes e das ciências.
Nesse clima de euforia cultural, é bastante provável que Leonardo tenha entrado em contato com grande parte dos homens que moldavam o pensamento renascentista na península italiana, como o matemático, físico e astrônomo Paolo Toscanelli, um dos mais celebrados eruditos locais, em cuja casa se reuniam sábios de Florença e outras cidades.
Jovem e bonito, amável e bem-humorado, inteligente e instruído, Leonardo movia-se nesse mundo de intelectuais e artistas com notável desembaraço, conquistando o afeto e a admiração de quantos o conheciam. No íntimo, porém, nutria profunda descrença da sociedade, tendo declarado certa vez: "Sozinho, eu sou eu mesmo por inteiro; em companhia, eu sou eu mesmo só pela metade".
Apesar das boas graças de que gozava nos meios florentinos e de sua obsessiva prática do desenho, Leonardo não era freqüentemente requisitado pelos mecenas locais. Ao que se sabe, depois que deixou a oficina de Verrocchio, provavelmente no final da década de 1470, executou poucas pinturas, a mais importante das quais — A Adoração dos Magos, encomendada em 1481 pelos monges de São Donato a Scopeto, perto de Florença — ficou inacabada. Embora lhe reconhecessem o talento, os ricos senhores de Florença parece que temiam contratar seu trabalho, pois já então Leonardo tinha fama de não entregar as encomendas. Tão logo resolvia o problema de uma composição ou experimentava uma técnica, geralmente perdia o interesse pela obra e procurava novo desafio.
A PARTIDA PARA MILÃO
Desesperançoso de ganhar a vida em Florença, por volta de 1482 Leonardo resolveu tentar a sorte no ducado de Milão e escreveu uma carta a Ludovico Sforza, "o Mouro ", oferecendo seus préstimos de arquiteto, escultor, pintor e engenheiro militar. Como sabia que o milanês planejava erigir um monumento em memória do pai, aproveitou o ensejo para candidatar-se também à execução da escultura. "Em paz, creio que posso dar-lhe tanta satisfação quanto qualquer outro na construção de edifícios públicos e privados", escreveu. "Posso executar esculturas em mármore, bronze ou argila, e em pintura posso fazer tanto quanto qualquer um, seja quem for. Mais, eu me encarregaria da encomenda do cavalo de bronze que preservará com glória imortal e honra eterna a auspiciosa memória de seu pai e a ilustre casa dos Sforza."
A carta surtiu efeito, e pouco depois Leonardo encontrava-se em Milão. Em abril de 1483, assinou contrato com o prior da Igreja de San Francesco Grande para realizar uma pintura de altar até dezembro do mesmo ano. A obra — A Virgem dos Rochedos — não foi concluída no prazo, e dela existem duas versões que até hoje suscitam discussões entre os estudiosos.
Mal iniciara a pintura, Leonardo já planejava o monumento a Francesco Sforza, pai de Ludovico. Sua idéia era ousadamente original: em lugar da usual escultura eqüestre empertigada e estática, pretendia elaborar um cavalo empinando-se, com o cavaleiro altivo em seu dorso. O monumento teria quase 8 m de altura e seria realizado em bronze. A tarefa não era fácil, e Leonardo demorava-se em encontrar soluções de ordem prática para problemas fundamentais, como, por exemplo, o de apoiar todo o peso da enorme escultura sobre as duas patas traseiras do cavalo. Cansado de esperar, por volta de 1489 Ludovico Sforza começou a procurar outro escultor.
Enquanto a busca prosseguia, Leonardo assumiu a função de "mestre de festividades" da corte milanesa, dedicando-se à criação de maquinaria teatral e brinquedos mecânicos. O tempo corria, o procurado escultor não se encontrava em parte alguma e o gênio de Vinci recebeu autorização para retomar o monumento. Em novembro de 1493 ele por fim apresentou O Grande Cavalo — sem o cavaleiro — moldado em argila no tamanho definitivo. Agora cabia a Sforza providenciar as 90 t de bronze necessárias para fundir a estátua.
O trabalho sofreu nova interrupção, durante a qual Leonardo começou a executar A Última Ceia, imenso mural encomendado pelo mosteiro da Igreja de Santa Maria delle Grazie. Tão logo souberam do encargo, artistas e devotos da região iniciaram verdadeiras romarias ao mosteiro para admirar a obra ainda em andamento. Em lugar do afresco — técnica geralmente usada em murais, aplicando-se o pigmento sobre argamassa úmida — o pintor resolveu utilizar óleo sobre a superfície seca. O resultado foi desastroso, e anos depois a pintura começou a descascar irremediavelmente.
O ÁPICE DA CARREIRA
Aos 42 anos, Leonardo havia alcançado o apogeu, apesar das experiências malogradas e dos trabalhos inconclusos. Admirado e respeitado por mecenas e artistas, tinha sua própria oficina de aprendizes e nunca esteve tão ocupado. O monumento a Francesco Sforza continuava resumido ao modelo de argila — Ludovico destinara o bronze para a fabricação de canhões e a obra jamais se concretizou. Destruído pouco depois pelos invasores franceses, tudo que dele resta são magníficos desenhos de cavalos, animal de especial estima de Leonardo, que, segundo consta, projetou todo um livro sobre anatomia eqüina enquanto trabalhava no monumento de Sforza.
Cumulado de afazeres, Leonardo não tinha tempo para lamentar mais um projeto que deixara de concretizar. Andava muito ocupado com um belo jovem conhecido apenas como Salai, que tomara como seu protegido. Fazia anotações sobre pintura, para um livro que jamais redigiu — a partir dessas notas, escritas em sua curiosa caligrafia invertida, legível somente no espelho, organizou-se o Tratado sobre Pintura, publicado pela primeira vez em 1651. Estudava plantas e pássaros, movimento da água e anatomia humana — envolvendo-se cada vez mais com a dissecação de cadáveres — e inventava. Desse estágio milanês data seu primeiro fluxo de invenções, que incluía até um helicóptero.
A par de tantas realizações, ainda planejava grandiosas obras de arquitetura, urbanismo e engenharia civil. Seus projetos previam, entre outras coisas, um impecável sistema de esgotos e a assombrosa construção de vias públicas em dois andares, sendo o térreo para veículos e o superior para pedestres.
Ludovico, porém, demonstrava pouco interesse por tais planos, preocupado que estava com a defesa da cidade. Desde que subira ao trono da França, em 1498, Luís XII demonstrava intenções de apoderar-se de Milão, proclamando-se herdeiro dos Visconti, família que governara o ducado antes dos Sforza. Apesar de todas as precauções de Ludovico, em agosto de 1499, os exércitos franceses invadiram Milão; em fevereiro de 1500, "o Mouro".reorganizou suas forças e conseguiu rechaçá-los, mas foi novamente derrotado em abril do mesmo ano.
Antes que se consumasse a queda de Ludovico, Leonardo partiu para Veneza, acompanhado pelo belo Salai. Meses mais tarde, retornou a Florença, após dezoito anos de ausência, sendo recebido calorosamente. Durante sua segunda estada florentina, tornou-se o maior especialista em anatomia humana de seu tempo, graças à longa série de dissecações que realizou. Mas também empreendeu pelo menos três grandes projetos artísticos.
Provavelmente em 1503, após breve atuação como engenheiro militar do ambicioso César Borgia, elaborou a Mona Lisa, ou La Gioconda, talvez sua obra mais famosa, e começou a trabalhar em numerosas versões de Sant'Ana, a Virgem e o Menino, procurando solucionar o problema de unir numa só composição duas figuras de adultos e uma ou duas crianças.
Certamente em 1503, por encomenda oficial, iniciou um mural comemorativo da vitória dos florentinos sobre os milaneses na batalha de Anghiari, travada sessenta anos antes. Todavia, pintou apenas o grupo central, usando uma técnica experimental — aparentemente à base de cera — que logo fez a tinta escorrer pela parede. Os florentinos exigiram que ele reparasse a pintura ou devolvesse o dinheiro que já recebera. Como sempre, Leonardo ignorou as exigências e abandonou o trabalho.
A MORTE EM TERRA ESTRANHA
Em 1506, pressionado pelas autoridades de Florença, retornou a Milão, ainda ocupada pelos franceses. Sob a proteção de Charles d'Amboise, o vice-rei estrangeiro, desenhava febrilmente, prosseguia em seus estudos de anatomia — com os quais tinha a firme convicção de prestar inestimável benefício à humanidade — e envolvia-se com o jovem Francesco Melzi, que elegeu como protegido em 1508 e mais tarde adotou como filho.
Talvez tivesse permanecido em Milão até o fim da vida se, em 1513, uma aliança entre Vaticano, Veneza, Suíça, Espanha e Inglaterra não tivesse expulsado os franceses e restaurado um Sforza — filho de Ludovico, "o Mouro" — no governo do ducado. Pouco à vontade sob o novo senhor, aos 61 anos de idade, Leonardo mais uma vez pegou seus pertences e, acompanhado por Salai e Melzi, partiu para Roma. Ao que parece, esperava contar com a proteção do papa Leão X, filho de Lourenço de Medici, mas dele não recebeu grande atenção e menos ainda encomendas. Praticamente afastado da pintura, voltou-se para a anatomia e elaborou alguns projetos de arquitetura e engenharia que também não se concretizaram.
Sua fama, entretanto, havia ultrapassado fronteiras e chegara aos ouvidos de Francisco I, o novo soberano francês, que o convidou a habitar o castelo de Cloux, residência real próxima a Amboise, na província de Touraine. Sem pensar duas vezes, em 1516 ou 1517, Leonardo instalou-se em seu novo lar.
Velho, debilitado, com a mão direita parcialmente paralisada por um ataque, escrevia sem cessar, como se temesse não ter tempo bastante para registrar todos os seus conhecimentos. Certa vez anotou num de seus cadernos: "Assim como um dia bem passado traz sono feliz, assim a vida bem vivida traz a morte feliz" . E talvez tenha falecido feliz em 2 de maio de 1519, poucas semanas após completar 67 anos de uma existência inteiramente dedicada à arte e à ciência.
Os Movimentos da Mente Humana
Com seu trabalho, Leonardo demonstrou que o grande pintor usa
as mãos apenas para concretizar o que mentalmente concebeu.
E, por assim agir, não é mero artesão, mas artista de elevado plano.
Ainda no século XVI, Giorgio Vasari profeticamente declarou que "o nome e a fama de Leonardo nunca morrerão". De fato, já em vida, o gênio de da Vinci desfrutava de alta reputação, que só fez crescer com o passar dos séculos, conquanto, no campo artístico, tenha deixado poucos trabalhos, dos quais apenas uma dúzia são universalmente reconhecidos como de sua autoria. No entanto, todos possuem tão excepcional qualidade que talvez um só deles teria bastado para assegurar a Leonardo a posição majestosa que ocupa na história da arte.
O PINTOR-FILOSOFO
Antes de Leonardo, pintores, escultores e arquitetos, por mais ricos, famosos e prestigiados que fossem, eram vistos essencialmente como artesãos, pois na Idade Média e no início do Renascimento ainda se tinham as artes plásticas na conta de mero trabalho manual, inferior à literatura ou à música. Leonardo revolucionou esse conceito. Para ele, pintar era uma atividade basicamente cerebral, que se concretizava por meio das mãos, e não podia ser avaliada pelo custo dos materiais utilizados ou pela quantidade de cores empregadas — isso seria tão absurdo quanto julgar uma composição musical pelo número de notas que contém ou um poema pela variedade de palavras que encerra. A pintura, a seu ver, superava todas as outras artes. Em defesa dessa posição, alegava, por exemplo, que as pessoas faziam peregrinações para admirar grandes obras de pintura, mas ninguém viajava quilômetros só para ler um poema.
Embora tivesse a pintura em tão alta conta, Leonardo dedicou-se muito mais ao desenho, por meio do qual procurava, entre outros objetivos, resolver problemas criados ao imaginar determinado quadro ou mural. O pintor, achava ele, tinha de representar basicamente o homem e "os movimentos da mente humana". A primeira representação — limitada às aparências — não envolvia maiores dificuldades. Já a representação dos "movimentos da mente" — a apreensão do caráter através dos gestos e da expressão — constituía um desafio, e foi nesta que Leonardo se concentrou. Contudo, uma vez vencidos os obstáculos — por meio de desenhos —, geralmente abandonava o trabalho por falta de estímulo intelectual. Essa atitude enfurecia seus clientes a ponto de levar alguns a processarem-no legalmente, como fizeram os mandatários de Florença que o encarregaram de pintar a batalha de Anghiari. Entretanto, sempre que concluiu uma obra, Leonardo ultrapassou até o maior de seus contemporâneos e enriqueceu enormemente o acervo artístico da humanidade.
O óleo era seu material favorito, pois, de secagem demorada, permitia-lhe refletir longamente diante do quadro, demorar-se à vontade no sfumato — a gradativa e sutil transição de tons em que foi mestre incomparável —, trabalhar detalhes com meticulosa precisão. A pintura a óleo surgira na Flandres no início do século XV e só chegara à Itália por volta de 1475, mas poucos se aventuraram a adotá-la e, quando o fizeram, raramente obtiveram bons resultados. Leonardo foi um dos primeiros italianos a usar o óleo com mestria, realizando um acabamento de primeira qualidade.
Para pintar murais, usualmente se empregava o afresco. A técnica, no entanto, exige que o artista trabalhe depressa e impede-o de fazer correções; além disso; na opinião de Leonardo, não proporcionava a mesma beleza de acabamento obtida com o óleo. Com este material executou A Ultima Ceia, quase arruinando uma das maiores obras-primas da história da arte. Para A Batalha de Anghiari, tentou uma técnica descrita pelo romano Plínio, ao que parece à base de cera, que resultou em verdadeiro desastre.
O DESENHO COMO INSTRUMENTO
Tivesse sido executada, A Batalha de Anghiari seria a única cena histórica elaborada por Leonardo, que pintou basicamente retratos e temas religiosos. Como desenhista, em contrapartida, abordou os mais diversos assuntos, tanto para enriquecer suas pinturas como para desenvolver suas pesquisas científicas. O mais prolífico desenhista de seu tempo, empregou larga variedade de meios, sobretudo pena, creiom e ponta de prata. Este último consiste de um fino fio de prata que, utilizado sobre papel especialmente trabalhado, produz linhas de extrema delicadeza, impossíveis de serem apagadas — o que requer do desenhista grande segurança e habilidade.
O desenho constituía para Leonardo também um instrumento de estudo para trabalhos de escultura e arquitetura — campos nos quais exerceu considerável influência, apesar de não ter deixado uma única obra que se possa atribuir-lhe inquestionavelmente. Na escultura, por exemplo, teve importante participação na elaboração do esplêndido grupo de bronze São João Batista entre um Fariseu e um Levita, de Giovanni Francesco Rustici, que adorna a porta norte do Batistério de Florença. Em seu livro Vidas dos Mais Excelentes Arquitetos, Pintores e Escultores Italianos, Vasari conta que Rustici "não deixava ninguém chegar perto, a não ser Leonardo, que ficou a seu lado desde a moldagem e a fusão até o término do trabalho". No terreno da arquitetura, os desenhos de igrejas "ideais" feitos por Leonardo influenciaram realizações de seu amigo Donato Bramante, um dos maiores arquitetos do Renascimento italiano. As concepções arquitetônicas do gênio de da Vinci saltaram fronteiras, provavelmente derivando de uma idéia sua a engenhosa escada em dupla espiral do castelo que Francisco I da França fez construir em Chambord.
Quanto à pintura, Leonardo influenciou as gerações posteriores não só com suas poucas obras — que, acabadas ou não, foram incessantemente copiadas e estudadas ao longo dos séculos —, mas também com seus escritos, que, mesmo antes de publicados, em 1651, circularam largamente nos meios artísticos. Analisando a história da pintura depois de Leonardo, é mais fácil citar os artistas que nada lhe devem diretamente do que aqueles que alguma coisa aprenderam com sua obra e suas anotações.