Figura de relevo da modernidade mexicana, iniciou seus estudos de pintura na Academia de San Carlos, aos dez anos de idade. Formado nos moldes do naturalismo, sua entrada na modernidade ocorre a partir de uma segunda viagem à Europa em 1911. Nesta segunda permanência em Paris fica marcado pelo Pontilhismo de Seurat, pelas formas maciças de Gauguin e pela construção fragmentária, já potencialmente cubista, de Cézanne.
Em 1913 sai de Paris rumo a Toledo, já com o instrumental necessário para ser um cubista consumado. Esta etapa nos permite ver um Rivera, ainda alheio ao contexto mexicano, mas com uma excelência técnica e uma curiosidade intelectual suficientes para apreender com solidez os pressupostos iniciais da vanguarda européia. Seu Cubismo, dificilmente analítico, delata já seu gosto pelo colorido brilhante, rico em tonalidades; a elegância compositiva, levemente inclinada em seus eixos; um desenho preciso, de pincelada empastada; a capacidade para abstrair o detalhe em função de uma impressão sistêmica da visão.
As séries de retratos e paisagens cubistas (1913-1918) são iniciadas na Espanha, onde viverá com Angelina Beloff. O Grande de Espanha, obra realizada na primavera de 1914, também é conhecida como O Cavalheiro. Segundo o artista, a obra representa Mariscal Semyon Mikhaylovich Budenny, sendo por isso possível que o título definitivo seja uma decisão posterior. Já em 1915 aparecerá pela primeira vez o tema mexicano em sua pintura - ainda cubista - com Paisagem zapatista ou O guerrilheiro.
Estas telas de Rivera, junto a vários desenhos a lápis desses anos, podem ser consideradas obras-primas do cubismo. Rivera regressa ao México em 1921. A partir de então, e desde seu primeiro mural de 1922 no Anfiteatro da Escola Nacional Preparatória, Rivera - com sua fina e decidida capacidade de liderança intelectual - será convertido em um dos Três Grandes, junto a Siqueiros e Orozco, da Escola Mexicana.