Anita Catarina Malfatti nasceu na cidade de São Paulo, em 1889, filha de pai italiano e mãe norte-americana, sua primeira professora de pintura.
Patrocinada pelo tio e padrinho George Krug, Anita pôde viajar para a Europa e Estados Unidos, desenvolvendo sua técnica pictórica de acordo com as tendências contemporâneas, principalmente cubistas e expressionistas.
Realiza sua primeira mostra individual no Brasil em 1914, com pouca repercussão, e a segunda em 1917, em que é duramente criticada pelo escritor Monteiro Lobato. Apesar de sua defesa pelos futuros modernistas, principalmente Oswald de Andrade, ela preferiu dedicar-se, nos anos seguintes, ao estudo da pintura acadêmica.
Participa da Semana de 22. A nova exposição lhe garante uma bolsa de estudos, e ela muda-se para Paris, de onde só voltaria em 1928 para dedicar-se ao ensino da pintura no curso normal.
Da década de 30 em diante, além da atividade docente, a artista estaria engajada nos movimentos de classe dos artistas plásticos, ajudando a fundar a SPAM (Sociedade Pró-Arte Moderna), e presidindo o Sindicato dos Artistas Plásticos.
Suas mostras individuais, de 1937 e 1939, chamam a atenção pelo ecletismo do estilo, que revela influências primitivistas, acadêmicas e modernistas, desconcertando críticos e colegas.
Nas décadas seguintes, participaria de várias mostras comemorativas e homenagens, obtendo reconhecimento inquestionável dentro do panorama artístico brasileiro.
Após a morte da mãe, retira-se para uma chácara em Diadema. Sua ausência não contribui para o seu esquecimento: a artista seria sempre lembrada, inclusive com uma sala especial na VII Bienal de São Paulo, em 1963. Falece em 6 de novembro de 1964.
BIOGRAFIA COMPLETA
ANITA MALFATTI
*02/12/1889 – †06/11/1964
Anita Catharina Malfatti nasceu nos primeiros dias da Republica, no dia 2 de dezembro de 1889, na Rua Florêncio de Abreu em São Paulo.
Estudou no Externato São José, em São Paulo, um colégio católico, concluindo suas aulas secundárias no Mackensie College.
1910 - Em agosto partiu para Berlim para estudar pintura no ateliê do artista pós-impressionista Fritz Burger, divisionista alemão. Foi com ele que Anita descobriu o segredo da composição da cor e sua harmonia.
Na Academia para mulheres Lewin Funcke, recebeu bases sólidas do mestre expressionista clássico, presidente da Secessão de Berlim, consagrado professor e pintor Lovis Corinth que expõe anonimamente 2 telas de Anita.
1914 - Volta para o Brasil faz sua primeira exposição individual com influência expressionista intitulada Estudos de Arte Moderna causando espanto aos visitantes com a força bruta de sua pintura.
1915 – Em janeiro embarca para estudar em Nova York na Liga de estudantes de arte. Art student League. Não satisfeita com as regras acadêmicas parte em busca da arte moderna e se matricula na Independent School of Art onde tem aulas com o professor filósofo Homer Boss que enfatizava os efeitos distorcidos na musculatura em movimento.
Convive com personalidades como o professor de Chagall, o pintor russo Léon Bakst, e com Marcel Duchamp.
1916 - Volta ao Brasil em agosto e segue produzindo obras com influência do expressionismo alemão.
1917 - Expôe as obras realizadas na Alemanha, Nova York e as mais recentes feitas no Brasil. Nessa exposição individual de Arte Moderna, Monteiro Lobato publica no jornal O Estado de São Paulo uma crítica às suas obras, mal interpretada pelo público.
1919 – Estuda com o pintor acadêmico Pedro Alexandrino, quando conhece Tarsila do Amaral.
1921 - Em novembro, em defesa de Anita, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Di Cavalcanti e Mário de Andrade, numa reunião na casa da artista, propõem a idéia de um manifesto modernista e um evento com conferências sobre o que se fazia de novo em artes plásticas, música, literatura, arquitetura e dança.
1922 – No Teatro Municipal, em fevereiro é realizada a SEMANA DE ARTE MODERNA na qual Anita recebe destaque no saguão principal, expondo com impacto suas telas expressionistas.
1923 – Vai a Paris, após a Primeira Guerra, onde todos os artistas do mundo reuniam-se no tradicional bairro de Montparnasse. Torna-se uma artista independente.
Monta seu ateliê próximo ao do amigo e escultor Victor Brecheret. Próximos viviam também os artistas Foujita, Picasso, Matisse, Segonzac e Bissière, com quem Anita mantinha contato.
Expõe suas obras em coletivas ao lado de outros artistas modernos consagrados no Salon de L’Amérique Latine, Musée Galliera, no Grand Palais dos Champs-Elysées, no Salon d’Antomne, no Palais de Bois, Porte Maillot.
1926 - Realiza sua 5◦ exposição individual na Galérie André, recebendo elogios da critica francesa, o que motiva o governo francês a adquirir uma de suas obras num leilão.
Permanece em Paris até 1928, produzindo obras com a influência da Escola de Paris.
1929 – Volta para São Paulo e realiza uma exposição individual, considerada a mais completa até aquele momento.
Década de 1930 – Anita leciona, profere conferências e pinta retratos.
Década de 1940 - Continua lecionando e pintando retratos, marinhas paulistas e paisagens. Também realiza uma série de quatro obras de influência concretista e abstrata.
1950 – Falece a mãe de Anita, D. Betty.
A artista refugia-se em Diadema, São Paulo. Lá encontra a grande inspiração para compor suas duas séries, Festas Caipiras e Personagens Religiosos, nas quais explora a essência humana, a religião e a vida simples do interior.
1955 – No MASP - Museu de Arte de São Paulo, realiza sua 13◦ individual, intitulada “Tomei a liberdade de pintar a meu modo”, sendo bem recebida pela crítica e pelo público.
Produziu diariamente até os últimos dias de sua vida deixando um vasto acervo.
1963 - Na VII Bienal de São Paulo, uma sala especial é dedicada a Anita Malfatti.
1964 – No dia 06 de novembro faleceu em São Paulo Anita Malfatti.