Filha de mãe índia e pai austríaco, Djanira da Mota e Silva nasceu em Avaré, São Paulo, no ano de 1914. Casou-se aos 18 anos, mas ficou viúva tempos depois. Tuberculosa, utilizou a pintura para distrair-se durante uma internação no sanatório de Campos do Jordão.
Crescida em um ambiente rural, Djanira começou retratando as imagens que lhe vinham da infância, a varanda de sua casa, os animais. Mas foi em 1940, ao mudar-se para o Rio de Janeiro, que começou a desenvolver sua arte. Fundou a Pensão Mauá, que logo reuniu artistas e intelectuais. Entre eles estavam o romeno Emeric Marcier e Milton Dacosta, que passam a lhe dar aulas.
Com uma pintura extremamente brasileira, Djanira viajou pelo país a procura de cenas, paisagens, acontecimentos populares, o que marcou profundamente os temas de suas obras. Registrou as paisagens das cidades históricas mineiras, a espiritualidade brasileira, com seus santos e orixás.
A espontaneidade de sua pintura lhe rendeu rótulos, como naif, o que Djanira considerou uma imagem errada: "eu é quem sou ingênua, não minha pintura", rebateu.
O marrom, o vermelho, os azuis, as formas geométricas e a espontaneidade foram seus companheiros durante toda sua trajetória, que incluiu três anos nos Estados Unidos (1945-47) e um na ex-União Soviética (1953-54). Nos EUA teve contato com Fernand Léger, Joan Miró e Marc Chagall e foi influenciada pela pintura de Pieter Brueghel.
No Brasil participou de inúmeras exposições, como as diversas edições do Salão Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, do Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, e da Bienal Internacional de São Paulo em 1953.
Em 1950 casou-se com José da Mota e Silva, e nesta década começou a participar ativamente do movimento artístico brasileiro.
Djanira, além de pintora, foi desenhista, ilustradora e cenógrafa. Produziu obras como o painel de azulejos Santa Bárbara com 160 m2 no túnel Catumbi, em Laranjeiras, e o mural Candomblé, na casa do já falecido escritor Jorge Amado.
No começo dos anos 70, a pintora entra para a ordem secular das carmelitas, falecendo em 1979, no Rio de Janeiro.