Pesquisador aplicado e artista engajado, o pintor, desenhista, gravador, escultor e professor de Artes Plásticas, Antonio Gonçalves Gomide, nasceu no ano de 1895 em Itapetininga, São Paulo.
Ao mudar-se para a Suíça, em 1913, passou a freqüentar a Academia de Belas Artes de Genebra e tornou-se discípulo de Gillard e Ferdinand Hodler.
Em Paris, teve contato com artistas de vanguarda e, acompanhou as tendências locais e da época. Seus trabalhos desta época mostram influências renascentistas, traços cubistas e de art déco. Em sua estada na capital francesa, freqüenta ateliês de artistas como Picasso, Braque, Lhote, Picabia e Severini, além de manter contato com modernistas brasileiros, como Anita Malfatti e Victor Brecheret. Nesta época aprendeu a técnica do afresco com Marcel-Lenoir.
De volta ao Brasil em 1929, aproximou-se do movimento de renovação das artes plásticas, ao lado de diversos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922. Junto com outros artistas funda a Pró-Arte Moderna em 1932, e neste mesmo ano tornou-se dirigente do Clube dos Artistas Modernos.
Esta aproximação com os modernistas marca a fase de readaptação do artista aos cenários brasileiros, e uma ruptura no estilo vanguardista parisiense que vinha empregando até agora.
Gomide, porém, não se reteve em apenas um ou dois estilos. Pesquisava e descobria novas técnicas a cada dia, o que renovava sua obra. Chegou a produzir obras com características diferentes ao mesmo tempo.
Uma outra fase que marcou a vida do artista foi quando ele se empenhou em registrar a cultura popular, seus sambas e suas macumbas.
Nos anos 50 torna-se freqüentador do Clube dos Artistas da rua Major Sertório, em São Paulo, dá aulas no Museu de Arte Moderna, e é cenógrafo da Companhia Vera Cruz. Já no fim da vida, nos anos 60, dedica-se à escultura, pois um problema na visão - que o deixaria cego em 1966 - o impede de pintar. Falece em 31 de agosto de 1967 na cidade de Ubatuba, São Paulo.