Nascida em Capivari, SP, em 1890, a pintora Tarsila do Amaral é, indiscutivelmente, um ícone da arte brasileira nesse século. Podemos dizer que Tarsila do Amaral encontrou soluções extremamente pertinentes para o que talvez seja o maior dilema da arte brasileira contemporânea: a difícil combinação entre as novas informações e a tradição advindas da arte européia e o caldo cultural brasileiro, principalmente no que se refere à expressão popular.
Tarsila do Amaral teve uma formação acadêmica muito sólida, em São Paulo e em Paris, o que não resultou para a artista em amarras estéticas ou imposições formais. Muito pelo contrário, a formação acadêmica só reforçou a singularidade da cultura popular brasileira para Tarsila.
É essa cultura que seria reinterpretada e redescoberta à luz do modernismo brasileiro. Tarsila do Amaral é peça chave do movimento modernista, integrando o “grupo dos cinco”, formado por intelectuais e artistas fundadores do movimento, como Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Pichia. Nessa época começa o namoro com Oswald de Andrade, com quem se casaria em 1926.
Tarsila do Amaral foi uma artista muito consciente da sua importância no movimento modernista e da inserção da sua obra no panorama brasileiro das artes plásticas. Tarsila integrava a vanguarda intelectual e artística da época, cultivando uma forte amizade com o intelectual franco-suíço Blaise Cendrars.
Em 1928, pintou o Abaporu, tela batizada por Oswald e pelo poeta Raul Bopp, e que inspiraria o movimento o movimento antropofágico, importante movimento cultural da década de 1930, vinculado ao modernismo e encabeçado por Oswald de Andrade. Em 1950, Sergio Milliet organizou retrospectiva da artista no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Tarsila participou também da I Bienal, em 1951. Em 1964, participou da Bienal de Veneza e em 1969 o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugurou uma grande exposição de sua obra: 50 Anos de Pintura. Esse quadro de Tarsila bateu o recorde de preço de uma obra brasileira, estando situado hoje na Argentina.
É considerada uma das mais importantes artistas brasileiras que, embora tenha tido uma curta carreira, criou obras de expressão inigualável para a arte moderna no Brasil.