Walter Lewy nasceu em 1905, em Oldesloe, na Alemanha. Sua formação inicial se dá na Escola de Artes e Ofícios de Dortmund, na década de 20, em que o pintor filia-se à tendência de realismo mágico. Já em 1928, participa de coletivas em Dotmund, Geisenkerchum, Boclusim e outras cidades. Com o advento da crise econômica, em 1929, Lewy perde seu emprego de desenhista numa gráfica e vai viver com os pais no interior, tornando-se ilustrador de anedotas em jornais.
Realiza sua primeira exposição individual em Bad Lippspringe, em 1932, fechada quando a Câmara de Arte Alemã proíbe a participação de judeus na vida artística.
Escapando dessa situação opressora, o artista imigra para o Brasil em 1938, retomando profissionalmente a pintura. Deixa para trás centenas de trabalhos, que são enviados para a Holanda e perdidos durante os bombardeios da Segunda Guerra. No Brasil, fixa-se em São Paulo.
Nos primeiros anos fez desenho publicitário e mais tarde capas de livros e ilustrações para diversas editoras. Ilustra entre outras, obras de Bertrand Russel, Machado de Assis, Arnold Toynbee (1939).
Assim, Walter Lewy torna-se um dos pioneiros da arte surrealista no Brasil. Nesse mesmo ano vincula-se ao Sindicato dos Artistas Plásticos, participando de praticamente todas as mostras coletivas que aquela entidade organizou.
Ao lado de Bonadei, Lívio Abramo, Manoel Martins e Oswaldo de Andrade Filho, realizou o álbum de litografias Sete Artistas Brasileiros (1942). Expõe individualmente no atelier de Clóvis Graciano em 1944.
Walter Lewy impressiona pela regularidade do seu trabalho, fiel ao surrealismo, e o ultrapassando também, conferindo às imagens oníricas e fantásticas um significado que compreende toda uma visão de mundo.