Cícero Dias nasceu em 1907, no Recife. Vindo do Recife, passou curta temporada no Rio de Janeiro estudando pintura. Em 1927 realizou sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro e, em 1928, abandona a Escola de Belas Artes e dedica-se exclusivamente à pintura.
Em 1937, executa o cenário do “ballet” de Serge Lifar e Villa Lobos, expõe em coletiva de modernos em Nova Iorque e viaja a Paris, onde se fixa definitivamente. Seguiu para Paris em 1937, onde reside até hoje. Em Paris, tornou-se amigo de Picasso, do poeta Paul Éluard, e entrou em contato com o surrealismo. Durante a ocupação da França é feito prisioneiro dos alemães.
Em 1943 participa do Salão de Arte Moderna de Lisboa, obtendo premiação e, em 1945, volta a Paris, ligando-se ao grupo dos abstratos. Nesse ano, expõe e, Londres, na Unesco em Paris e em Amsterdam. O ano de 1948 marca uma atividade mais intensa no Brasil, interessando-se sobretudo por murais. Em 1949, comparece à Exposição de Arte Mural, em Avignon, na França. Em 1950 participa da Bienal de Veneza. Em 1965 a Bienal de Veneza realiza exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura. Em 1970, realiza individuais no Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1981, MAM realiza retrospectiva sobre sua obra.
Segundo Flávio de Aquino, a arte de Cícero Dias nos prova que “a pintura pode perfeitamente expressar um profundo sentimento de vida e de movimento, tem intenso sentido orgânico, sem recorrer às formas da nossa realidade quotidiana. Ao primeiro contato com esta arte alegre e violeta o espectador sente imediatamente uma explosão de cor e, logo após, um subseqüente sentimento de vida”.