Lygia Clark nasceu em Belo Horizonte, 1920. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1947 e inicia aprendizado artístico com Roberto Burle Marx. Entre 1950 e 1952, em Paris, estuda com Fernando Léger, Arpad Szenes e Isaac Dobrinsky. De volta para o Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa e formado por Hélio Oiticica, Lygia Pape, Aluísio Carvão, Décio Vieira, Franz Weissmann e Abraham Palatnik, entre outros. Até juntar-se ao amigo e também artista plástico Hélio Oiticica, na década de 50, sua arte ainda não tinha a força experimental pela qual ficou conhecida. Com Oiticica, entretanto, aventurou-se em grupos de vanguarda como o Frente, de Ivan Serpa, e os neoconcretos, que incluíam o poeta Ferreira Gullar.
É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participa da sua primeira exposição, em 1959. Gradualmente, troca a pintura pela experiência com objetos tridimensionais. Realiza proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Nesse ano, leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedica-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968.
Na década de 70, rejeitou o rótulo de artista e exigiu ser chamada de "propositora". Deu aulas na Sorbonne, de 1972 a 1977, e voltou ao Brasil em 1978 para dar consultas particulares.
Participa das exposições Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Suas experiências foram reconhecidas inclusive pelo caráter terapêutico, já que se baseavam em vivências de grupo, e procuravam liberar conteúdos reprimidos. Suas sessões exploravam muito o aspecto sensorial, e muitas de suas obras consideravam o interlocutor como parte ativa da exposição.