Miami - Organizadores de uma polêmica exposição de cadáveres "plastificados" asseguraram nesta quinta-feira que a mostra abrirá suas portas no próximo fim de semana na cidade americana de Tampa, apesar de uma comissão estatal a considerar ilegal.
Cadáveres, a exposição mostra 20 corpos humanos e 206 partes preservadas mediante um processo que substitui tecidos humanos por um composto de silicone. O que se mostra são "tecidos, ossos e tendões em toda sua glória", disse hoje Arnie Geller, presidente da companhia que organiza a exposição no Museu de Ciência e Indústrias de Tampa, no litoral oeste da Flórida (sul dos EUA).
Geller assegurou que recorrerá à Justiça se alguém tentar impedir a abertura. "Brigaremos pelo direito de apresentar esta exposição", ressaltou. O executivo disse que expor cadáveres "plastificados" não é diferente de expor múmias nos museus. "As múmias são só alguns milhares de anos mais velhas", assinalou. Os cadáveres pertencem a pessoas que não foram identificadas nem reclamadas antes de serem entregues a uma escola de medicina da China, agregaram porta-vozes da empresa Premier Exhibitions, com sede em Atlanta (Geórgia).
A Junta de Anatomia da Flórida, que supervisiona o uso de cadáveres nas escolas de medicina do estado, decidiu, por quatro votos a dois, denegar a permissão para realizar a exposição. O organismo manifestou, entre outros argumentos, que é "incômodo" saber que nem as pessoas cujos corpos vão ser exibidos nem suas famílias deram permissão.
Lynn Romrell, diretora da Junta, disse que informará o procurador estatal sobre a decisão do organismo para que se garanta o respeito à lei. Brian Wainger, advogado dos organizadores de Cadáveres, a exposição, anunciou que desafiarão qualquer tentativa de impedir sua abertura com o argumento de que a lei que regula a Junta de Anatomia da Flórida é "inconstitucionalmente vaga".
Uma exposição similar com o nome de Body Worlds (Mundos do corpo humano) foi apresentada em 2004 em Chicago e atraiu cerca de 500 mil visitantes, de acordo com os organizadores. Outras mostras deste tipo também foram feitas na Europa e na Ásia, atraindo milhões de pessoas e gerando protestos.
EFE