JERON EXPÕE EM ASUNCIÓN - PARAGUAY EM -01 DE JUNHO DE 2005
Exposição Kroma Poética
1 junho de 2005 - Embajada del Brasil en Asunción - Coronel Irrazabal esq. Eligio Ayala
Asunción - Paraguay
O projeto “Kroma – Poética” foi concebido pelo trabalho conjunto do artista plástico Jeron,
da artista e poetisa Marcela Santantón e do poeta Lorenzo Madrid.
A forte ligação entre o espaço pictórico e o espaço poético é feita através do processo da l
eitura do poema se fazendo imagem e da pintura se fazendo linguagem.
A criação do artista gira no estabelecimento da geração de um território e de um espaço para
que ele possa se expressar onde a busca incessante da fascinação, a produção do encantamento
é gerada via os inúmeros processos ilusórios.
No caso da pintura através da ilusão pictórica que deve levar o espectador para uma reflexão
interna. Na poesia a reflexão interna é feita através da seqüência das estrofes. Tanto a pintura
quanto a poesia devem começar com um substantivo para gerar um adjetivo.
O ato de pintar e escrever se esconde na representação. O artista pinta com o olhar e este olhar
é que vai dizer se o ato deve permanecer ou não. O poeta escreve com o ouvir e este ouvir também
vai dizer se o ato deve permanecer ou não.
É necessário pintar o pintar e escrever o escrever. O Artista não pinta o que é visto, mas o que
o visto produz. O poeta não escreve o que é escrito, mas o que o escrito produz. O que é que a
pintura e a poesia devem provocar no outro? “Um sonhar”. O que tem que conter uma pintura?
Um poema! E um Poema? Uma Pintura! Não basta só tocar o sensível, mas o imaginário.
A experiência melódica associando as experiências. Tanto o poeta quanto o pintor precisam para
criar de uma elaboração. É impossível iniciar um projeto sem rascunhar antes: compositor, poeta
ou pintor, a elaboração se dá na escrita das idéias.
O trabalho não pode ser só uma imagem ou um conjunto de palavras; este tem que aprisionar o
tempo. Opera no acontecer do quadro, do poema. O espectador de um trabalho é como o pintor,
o poeta. O espectador vê o percurso do artista. O artista não é um produtor de imagens.
O poeta não é um produtor de estrofes.
Em pinturas da série Kroma há momentos em que deixamos o expressionismo abstrato dominar.
Em outros, formas geométricas determinam a composição. É a hora da geometria sensível, poética,
lírica, fundindo as imagens nas palavras e as palavras nas imagens.
Poemas e pinturas são tão completos como um ou outro queiram vê-los, senti-los ou tão vazios
como um ou outro queiram também vê-los e ou senti-los. Nossa luta interna nos mantém vivos e
vamos crescendo em sensibilidade, em técnicas, que não são importantes ao menos neste momento,
sem chegar a ver o que realmente estamos fazendo, mas quando encontramos "a palavra" ou quando
o submergimos nossas mãos na pintura, é necessário ficar firme e focado no que fazemos,
independentemente do que o espectador possa sentir e se este sente algo... Fantástico!
Falem os poemas, Falem as pinturas!