EXPOSIÇÃO COM OBRAS DE DIVERSOS ARTISTAS DO MOVIMENTO MODERNISTA, ESSENCIAL NA ARTE BRASILEIRA.
Data: de 9 de abril de 2022 a 5 de junho de 2022
Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, abre a exposição, “É Sacro. É Moderno. – Arte Sacra dos Modernistas”, sob curadoria de Di Bonetti E Beatriz Augusta Cruz, que, com cuidadosa seleção e pesquisa forma um conjunto de trabalhos de artistas do segmento, presentes ou não na Semana de Arte Moderna. O fio condutor do recorte apresentado é a dominância do tema ‘sacro’, ou relativo ao ‘sagrado’, presente em todos os trabalhos.
Aldo Bonadei, Alfredo Ceschiatti, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Antônio Gomide, Cândido Portinari, Clóvis Graciano, Di Cavalvanti, Djanira, George Przyrembel, Heitor Villa Lobos, Gino Bruno, Mario de Andrade, Paulo Rossi Osir, Samsom Flexor, Sylvio Alves, Thomaz Ianelli, Victor Brecheret, possuem obras em “É Sacro. É Moderno – Arte Sacra dos Modernistas”. Embora nem todos tenham participado da “Semana de 22”, conviveram entre si, foram amigos, trocaram experiências e influenciaram uns aos outros. Anita Malfatti, “Mãe do Modernismo Brasileiro”, foi a precursora. Foi o gatilho que impulsionou a renovação estética, após angariar base de conhecimentos através de estudos na Europa e Estados Unidos. Uma das primeiras pintoras que arriscou pintar a seu modo, com ousadia para brincar com as cores e formas. É justo afirmar que a grande maioria dos artistas e intelectuais de São Paulo na década de 20, se conheciam e se frequentavam. Anita Malfatti esteve bem perto de Tarsila do Amaral, pois as famílias eram amigas. Em Paris, Anita tinha seu ateliê próximo ao de Brecheret e tiveram convívio durante os 5 anos que lá residiu. Anita foi, também, grande incentivadora de Di Cavalcanti, chegou a dar-lhe aulas, quando ele veio do Rio de Janeiro para morar em São Paulo. Volpi, Bonadei, Gomide, Portinari, Gino Bruno e Sylvio Alves, de uma forma e de outra, se conheciam, conviviam ou tinham amizade.
Na exposição, tem-se a oportunidade, talvez primeira, de um contato dirigido a um conjunto de obras da produção modernista de Arte Sacra, seja na pintura, escultura, música ou literatura. A arquitetura também foi incluída pois, após 100 anos, tem-se acesso às plantas e esboços da “Taperinha”, concebida em estilo neocolonial e apresentada por Przyrembel na Semana de 22. Ao seu lado os esboços do projeto de uma de suas obras mais conhecidas em São Paulo, a Basílica Nossa Senhora do Carmo. ‘Enraizadas consciente ou inconscientemente, as temáticas sacras seguiram abordadas pelos artistas modernistas, que a partir de uma nova estética produzida, muitas vezes vista como profana, trouxeram novos olhares para o sagrado”, enfatiza a curadoria.
A Curadora Di Bonetti ressalta: "Destacando Anita Malfatti, “Mãe do Modernismo Brasileiro”, que foi o gatilho, o estímulo, o estopim para eclodir essa nova concepção de fazer arte, moderna"
“O propósito em reunir obras destes artistas modernos, de cunho sacro, certifica de maneira palpável, a religiosidade impregnada em cada um deles através da influência familiar, e, dos grandes mestres”, explica Beatriz Augusta Cruz.