A disputa pelos primeiros lugares do 36º Salão de Arte de Ribeirão Preto foi tão acirrada que um dos prêmios foi dividido. Ou seja, ao invés de três vencedores, os jurados escolheram quatro. André Ricardo e Erica Ferrari, ambos de São Paulo, faturaram R$ 8 mil cada. Vivian Kass, também da capital paulista, e Maria Mattos, de Niterói, Rio de Janeiro, ficaram com R$ 4 mil cada. "Todos ganham com isso. Diversifica as obras do museu, já que vão fazer parte do nosso acervo, e é bom para o currículo dos artistas. Além da premiação, claro", afirma Nilton Campos, diretor do Museu de Arte de Ribeirão Preto.

Nilton conta que os jurados tiveram certa dificuldade para a seleção este ano, o que comprova a qualidade dos trabalhos apresentados. Dos 150 inscritos, 77 foram escolhidos para participar do Sarp 2011. "O número de inscrições não é tão alto assim, mas a qualidade prevalece, porque é difícil entrar no salão", comenta o diretor.

O júri foi formado por três nomes de peso das artes plásticas do Estado: os professores e artistas José Spaniol e Sérgio Romagnolo e a pesquisadora Regina Teixeira de Barros, da Pinoteca do Estado. "São nomes de destaque. Romagnolo, por exemplo, fez parte da geração dos anos 1980, uma referência das artes plásticas", informa Nilton.

O diretor ressalta que o Sarp retomou seu lugar de destaque nas artes plásticas do país e já faz parte do circuito de grandes salões do Brasil. "Prova disso é que artistas de outros estados vieram participar da noite de abertura. As pessoas prestigiam graças à importância do Sarp", acredita Nilton, que diz ainda que muitos galeristas estimulam a participação de novos talentos no salão.

Entre as "descobertas" do salão estão nomes como a paulistana Vania Mignoni, premiada em 1998, e a ribeirão-pretana Renata Lucas, que chegou a participar da Bienal de Veneza. Ambas estão com obras em mostras paralelas ao 36º Sarp.

Apesar de focar na produção de jovens artistas, o Sarp também dá espaço aos veteranos. Prova disso são os ribeirão-pretanos que comparecem na lista de selecionados. Adriana Amaral, Hélio Martins e Paló Pessoa já participaram de outras edições do salão. "O Sarp é um dos salões mais importantes do país", afirma Adriana, que participa da edição deste ano com duas foto-instalações que fazem parte da série "Você é aquilo que come". Este é o segundo ano que

Adriana participa do salão, apesar de inscrever obras em todas as edições. "É muito difícil participar do Sarp, porque é uma seleção muito rigorosa. Por isso, mesmo que não fui premiada, fico muito feliz de estar expondo", diz.

Além de elogiar a forma com que os trabalhos são expostos no Marp durante o salão, Adriana afirma que o evento é uma grande vitrine para artistas locais. "Todo artista quer ter o Sarp no currículo. Galeristas do Rio e de São Paulo vêm ao salão", ressalta.

Adriana só lamenta a pouca repercussão do Sarp junto à comunidade local. "As pessoas de Ribeirão ainda não sabem da importância do salão para caidade. É uma pena", conclui.

Serviço

36º SARP
No MARP - Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi
Rua Barão do Amazonas, 323
Visitação de terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados, domingos e feriados (exceto segundas-feiras), das 12h. Permanência até 26/02/2012. Inf.: (16) 3635 2421