Celina de Castro

O que se espera depois de uma estação fosca.

O que sonha o passarinho

atrás da chuva de espera,

penas tão molhadas,

medo nos olhos;

Passáros são criaturas frágeis:

pedras ferem,

tombos ferem,

asas quebradas doem.

Mas o azul redime e seca as penas,

traz um sol de reboque.

É o sossego morando o dia,

pintando a água, fundo em cor

de todo bom momento.

Azul é esse julho

de chumbo, ar e fumaça.

Calor dos corpos desafiando o ar em densidade.

Mês insolente,

num país de trópicos.

Azul é o amor que chega ao fim da puberdade