Celina de Castro

O teto de folhas me espia.

Tom transparente da semente,

rebento da terra,

do mar de certas costas que a vista não alcança.

Verde é o fundo de uma garrafa sem rolha,

espalhando suas bolhas pelo escuro.

A ponta do lápis cobrindo o fundo branco,

a saudade muda,

destilada em gotas,

regando a cidade,

arrastando os seixos,

levando as idades.

 

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