Exposição “Cinéticos: Gravuras década de 1970” (Rio de Janeiro)

 

Espaço Eliana Benchimol inaugura a mostra

Gravuras inéditas dos maiores expoentes da arte cinética mundial serão apresentadas ao público

O Espaço Eliana Benchimol realiza de 11 a 30 de setembro, a coletiva “Cinéticos: gravuras década de 1970”, apresentando pela primeira vez um conjunto de 20 gravuras dos maiores artistas cinéticos mundiais, como Yaacov Agam, Jesus Soto, Le Parc, Cruz-Diez, Perez-Flores, Vasarely e Yvaral.

 

Arte que cabe no bolso

 

O objetivo de Eliana é oferecer ao grande público apreciador de arte, a oportunidade de adquirir a um custo razoável gravuras numeradas e assinadas, criadas durante um dos melhores períodos da produção destes artistas .

"As gravuras permitem ao apreciador de arte, ter uma obra de qualidade também assinada pelo artista, a um preço bem mais acessível do que a peça única; o que no caso destes artistas, dada a sua importância, fica restrito a um universo muito pequeno de pessoas ", explica Eliana complementando que “adquirir uma gravura assinada é sinal de bom gosto”.

A marchand ressalta que existe uma grande tendência mundial dos apreciadores de artes a formarem coleções inteiras de gravuras e que atualmente , mesmo nas decorações é mais indicado adquirir obras assinadas de grandes artistas em papel do que quadros simplesmente decorativos, visto que as gravuras de artistas renomados tendem sempre a se valorizar.

"Atualmente, todas as releituras estão em voga, seja no mobiliário, na moda, na música e nas artes plásticas. Esta coleção que conseguimos captar para a mostra Cinéticos foi especialmente elaborada. A década de 1970 corresponde ao período de maior importância da arte cinética e de seus expoentes, pois foi neste momento que a qualidade do trabalho e a beleza das imagens se uniram".

 

 

 

Espaço Eliana Benchimol

 

Localizado no tradicional Shopping Cassino Atlântico, considerado a referência das artes no Rio de Janeiro, o Espaço Eliana Benchimol é dedicado a artistas consagrados, nacionais e estrangeiros, concretistas e cinéticos. Com 23 anos de experiência como galerista de artes plásticas, Eliana representa no Brasil, o Venezuelano Perez-Flores e no Rio de Janeiro, representa as obras de Cruz-Diez.

Em 1986, inaugurou a Votre Galerie, no Rio Design Center Leblon, quando o shopping era especializado em arte e decoração. Em 2005 decidiu investir seu tempo em estudo, pesquisa, contatos com artistas, curadores e marchands internacionais, além de viagens culturais voltadas às artes plásticas. Em seu acervo há obras raras de outros expoentes da arte cinética internacional como Julio Le Parc, Antonio Asis, Martha Boto, Gregorio Vardanega, e do brasileiro Luis Sacilotto.

Em 2007, aplicou todo o conhecimento que acumulou nos dois anos de estudo e reciclagem no Espaço Eliana Benchimol, tendo o privilégio de ser a primeira marchand a apresentar no Brasil uma exposição de Darío-Perez-Flores. Foram 15 obras expostas em sua Galeria pertencentes a série "Prochromatiques", iniciada pelo artista em 1976.

 

 

ARTE CINÉTICA

 

 

A arte cinética é baseada na ilusão de ótica, que surge a partir da oposição de cores e a aplicação de formas geométricas. São composições em movimento para os olhos. Nascida na década de 1950, na França, para romper com a representação, a arte cinética resiste aos processos de transformação e se faz presente nas mais diversas formas da arte contemporânea.

 

Na Europa e nos Estados Unidos há um crescente interesse por essa arte que tem na geometria, na cor e na perspectiva a base das obras. O artista húngaro Victor Vasarely estabeleceu em 1955 as regras da arte cinética. No mesmo ano aconteceu a exposição “O Movimento”, na galeria parisiense Denise René. Ao lado de Vasarely figuraram na exposição que marcou o nascimento da arte cinética, os artistas Agam, Bury, Calder, Duchamp, Jacobsen, Jesús Soto e Tinguely.

 

Na América Latina, três países se destacaram no desenvolvimento artístico do cinetismo: Venezuela, Argentina e Brasil. A arte cinética produzida por artistas sul-americanos, que se mudaram para Paris após o período do pós-guerra, revela a urgência de conhecimento e de avanço do meio artístico latino americano no período. A relação entre arte e ciência era problematizada e estimulava-se a participação do espectador na obra de arte.

 

Os deslocamentos promovidos pela arte cinética têm um papel fundamental na arte contemporânea, que hoje exige cada vez mais a participação do espectador. A arte cinética vive e resiste aos processos de transformação e à velocidade do mundo atual, em permanente mutação. Junto aos avanços tecnológicos, ela se faz presente nas mais diversas formas da arte contemporânea.

 

CONHECENDO OS ARTISTAS DA MOSTRA

 

JULIO LE PARC

Argentino,radicado em Paris, é um dos mestres da arte cinética. Com outros artistas sul-americanos foi de grande importância no desenvolvimento do cinetismo. Em 1958 passou a residir em Paris e junto com Vasarely, Garcia Rossi, Demarco e Yvaral fundou o Grupo de Pesquisa de Arte Visual (GRAV). Em 1966 ganhou o Grande Prêmio de Pintura da Bienal de Veneza e fez a sua primeira exposição na Galeria Denise René, em Paris. O Museu de Bellas Artes de Caracas expôs, em 1981, 200 obras do artista que dimensionaram a sua trajetória. Participou de inúmeras exposições internacionais. Em 2006 fez parte da exposição Los Cinéticos, do Museu Reina Sofia, em Madri. Essa exposição, itinerante, foi apresentada na Fundação Tomie Ohtake, em São Paulo, em 2007.

 

 

 

146 de 200 75X75 cm

 

 

 

 

CRUZ-DIEZ

Venezuelano, radicado em Paris. É uma das figuras mais importantes da arte cinética. Estudou na Escola de Artes Plásticas de Caracas e dirigiu a cátedra de investigações cinéticas na Escola Nacional Superior de Belas Artes, em Paris. Desde 1954, pesquisa ótica e cor. Em sua obra há uma explosão de cores que se transmutam. Em Paris trabalhou com Jésus Soto e Sergio Camargo. Tem obras em acervos como o Museu de Arte Moderna de Nova York; o Tate Modern, de Londres; e o Centro Georges Pompidou, em Paris. Em 2006 fez parte da exposição Los Cinéticos, do Museu Reina Sofia, em Madri. Essa exposição, itinerante, foi apresentada na Fundação Tomie Ohtake, em São Paulo, em 2007. Benchimol representa Cruz-Diez no Rio de Janeiro

 

 

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183 de 200 75x75

 

 

 

 

PEREZ-FLORES

 

Venezuelano, radicado em Paris desde 1970. Após os primeiros trabalhos em escultura, elementos móveis em metal e acrílico, Perez-Flores elaborou os seus primeiros relevos — tramas-móveis acionadas por motores, em que linhas se movimentam ao mesmo tempo no sentido vertical e horizontal, modificando a relação espaço-fundo-cor. Em 1976 realizou suas primeiras obras “prochromatiques”, com várias tiras coloridas suspensas sobre um fundo degradé. Com o deslocamento do olhar do espectador, o artista cria atmosferas cromáticas mutantes. Entre 1981 e 2005 realizou cinco exposições individuais na Galeria Denise René. Em 2007 realizou sua primeira exposição no Brasil, no Espaço Eliana Benchimol. Perez-Flores também é representado no país pela galerista Eliana Benchimol.

 

 

 

YAACOV AGAM

Israelense de Rishon-Le-Zion, Agam foi educado em Jerusalém (1946-1948) por M.Ardon, aluno da Bauhaus. Em 1949 foi para Zurique,onde estuda com Joannes Itten e após encontro com Max Bill, se aprofunda na teoria da cor e do construtivismo.

Em 1951, em Paris, conhece Léger e Herbin. Sua primeira exposição foi na Galeria Craven – a partir daí desenvolve obras com tecnologia, procurando formas em que as cores e o movimento possam provocar a intervenção do espectador. A partir deste momento, Agam se aproxima da Arte Cinética. Seu gosto pela surpresa e extravagância manifesta uma familiaridade com o surrealismo.

Em 1963, é premiado na Bienal de São Paulo com o Prêmio de Investigação Artística, criado especialmente para sua obra.

Agam cria obras monumentais na Alemanha, Estados Unidos, Israel e na França. O Centro Georges Pompidou tem um ambiente cinético criado especialmente pelo artista.

 

 

 

110 de 144 65,5x98cm

 

 

 

 

 

VICTOR VASARELY

 

Nasceu em Pecs, Hungria em 1908, estudou em Budapeste e a partir de 1931, em Paris. Trabalha em publicidade e decoração, elabora obras com motivo figurativo e tratamento gráfico, em que utiliza a oposição entre o preto e branco – como as Zebras (1932-1942).

Em 1955 publicou o Manifeste Jaune – definindo as bases da arte cinética. O movimento é sugerido pela ilusão de ótica que é por duas formas-cores, fortemente contrastantes. Assim vai construindo o Alfabeto Plástico (protótipos) que se combinam entre si e então programa suas criações jogando com as formas básicas (quadrado, circulo, losango, pentágono) com cores e suas combinações.Criou a plástica cinética que se funda em pesquisas e experiências dos fenômenos de percepção ótica. As suas composições se constituem de diferentes figuras geométricas, em preto e branco ou coloridas. O geometrismo da composição, que produz estranhos efeitos luminosos, mesmo quando em preto e branco, parece obedecer a duas finalidades: sugerir facilidades de racionalização para a produção mecânica ou para a multiplicidade, como diz o artis e por outro lado, solicitar ou exigir a participação ativa do contemplador para que a composição se realize completamente como "obra aberta”.

Defendeu a integração total da arte com a Arquitetura e com o Urbanismo. Em 1970 cria o seu próprio Museu Didático em Gordes e em 1976 a Fundação Vasarely em Aix-em-Provence. Faleceu em 1997 em Paris.

 

 

64 de 80 50x45cm

 

YVARAL

 

Yvaral é filho de Vasarely. Estudou grafismo e publicidade em Paris. Assim com o pai, desenvolveu pesquisas sobre o preto e branco e sobre o movimento ótico. Participou do Grupo GRAV em 1960. Em 1966 realizou a primeira exposição individual na Galeria (Op) Art em Esslingen, de Hans Meyer. Participa também de Responsive Eye no MOMA (1965) e Lumiere e Moviment no Museu de Arte Moderna de Paris em 1967. Suas investigações o levaram a realizar inúmeras colaborações com a Arquitetura e o Design Gráfico, como por exemplo, a criação do logotipo da Renault.

188 de 200 75x75

 

 

 

JESUS SOTO

 

O Venezuelano Jesus Soto iniciou-se no cinetismo, através da repetição de elementos geométricos e suas primeiras obras cinéticas datam de 1953. A partir desta data, começou a se interessar nas relações dos materiais com o espaço, sobrepondo elementos, o que chamou de Estruturas Cinéticas – espirais com plaxigas, que atuando em um fundo de madeira, determinavam movimentos ópticos. Em 1958 começa a série Vibraciones, com arames e pequenas placas de madeira suspensas e móveis.

Sua primeira exposição individual foi em 1959, na Galeria Íris Clert, na França. Em 1967, criou estruturas cinéticas para o pavilhão da Venezuela na Exposição Universal de Montreal e em 1969, iniciou a série Pénétrables (Penetráveis) em que fios de plástico suspensos interagiam com o espectador. Essas instalações representam a convergência de todas as suas investigações, que relacionam o tempo, o espaço e o movimento. Expôs ainda em numerosas ocasiões em Paris, Düsseldorf e Nova York. Faleceu em Paris, em 14 de janeiro de 2005.

78 de 200 63,8x63,8

 

 

 

 

 

 

Duração da Mostra: de 11 a 30 de setembro

Horário: 2ª a 6ª, de 12h às 19h e aos sábados de 12h às 18h. Entrada franca.

Preço Gravuras: R$4 mil a R$12 mil.

Estacionamento:entrada pela N .Sr. Copacabana, nº 1417

Endereço: Av. Atlântica 4240 – loja 203 - Shopping Cassino Atlântico - Copacabana

Rio de Janeiro – RJ – 22070-002 – Tel. (21)2513-3307

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

 

 

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