Pinacoteca Estação, no antigo prédio do Deops, filial do MAB-Faap na Praça do Patriarca e Espaço Nossa Caixa revitalizam circuito das artes

 

 

São Paulo - Três novos espaços de arte. Todos eles no centro de São Paulo. Prestes a comemorar seus 450 anos, a cidade ganha hoje o Espaço Nossa Caixa, na agência matriz do banco, na Rua Álvares Penteado, com duas exposições fotográficas: a de Luiz Braga e a de Pedro Hiller. Daqui a uma semana, no dia 21, inaugura-se a Pinacoteca Estação, que funcionará no antigo prédio do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), no Largo General Osório, e será uma extensão da Pinacoteca do Estado. Para marcar a inauguração, haverá uma mostra com obras do artista mexicano José Clemente Orozco, vinda da 4.ª Bienal do Mercosul. E, por fim, no dia 25, a Faap abre, com três exposições, uma filial de seu Museu de Arte Brasileira no Edifício Lutétia, na Praça do Patriarca.

 

O novo espaço da Pinacoteca foi o que mais demorou para ser ocupado. Desde 1983, quando o Deops foi extinto, o edifício projetado no início do século 20 por Ramos de Azevedo ficou vazio. E desde 1998, quando o prédio passou por uma completa restauração, especula-se como seria sua nova ocupação. Até que, no fim de 2003, surgiu a idéia de transformar o antigo Deops em um espaço para dar continuidade às atividades da Pinacoteca. "Já temos um prédio fabuloso (na Praça da Luz), mas ele é pequeno para a capacidade de ação e de projetos que a gente tem", diz Marcelo Araújo, atual diretor da Pinacoteca do Estado e responsável agora também pela Pinacoteca Estação.

 

Segundo o diretor da instituição, há previsão de que sejam gastos R$ 1 milhão para instalação do novo espaço. Entre as ações já concretizadas, há a parceria com a Fundação José e Paulina Nemrovsky. A Pinacoteca Estação será o espaço onde as obras da rica coleção particular de arte moderna brasileira do casal serão apresentadas, por meio de comodato. Sempre ocorrerá, no segundo piso do edifício, uma mostra com as obras da coleção a partir de algum recorte. A primeira será em maio. Poemario, com 43 obras de Orozco, é a primeira mostra temporária. E já estão programadas outras exposições desse caráter para 2004: em julho, obras modernas e contemporâneas do acervo do Museu Stedelijk, de Amsterdã; e em outubro, uma mostra sobre Portugal e as conquistas científicas do século 18, com peças da coleção do Real Gabinete de Física de Coimbra.

 

A Casa Lutétia, na Praça do Patriarca, a metros do Banespinha, onde será a nova sede da prefeitura, pertence à Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), que desde 2000 vem restaurando-a com a ajuda de parcerias para ser um centro cultural e comercial. A obra completa é assinada pela coordenadora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Faap, Gisela Visconti. O edifício Lutétia é uma construção formada por três prédios e uma fachada única com oito andares. Três deles formarão o MAB-FAAP Centro, que será inaugurado com a abertura de três exposições: Ramos de Azevedo e a Cidade de São Paulo, com fotografias e plantas criadas pelo arquiteto, curadoria da arquiteta e professora-doutora Maria Cristina Wolff de Carvalho; Esculturas - Coleção MAB, com obras selecionadas pela diretora do Museu de Arte Brasileira Maria Izabel Ribeiro; e São Paulo: Múltiplas Perspectivas, com obras de diversas mídias de alunos e professores do curso de educação artística da Faap, coordenado por Marcos Moraes.

 

Por fim, o Espaço Nossa Caixa, com 300 metros quadrados, é composto por três ambientes. O primeiro, onde estão os trabalhos de Luiz Braga e Pedro Hiller, será dedicado à fotografia. O segundo abrigará uma mostra histórica sobre o Nossa Caixa. E o terceiro é um auditório, para filmes e palestras.

 

Camila Molina