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O Cerrado de Ana Durães por Fred Góes
O Cerrado é o bioma que corresponde, no Brasil, à savana. Ele se espalha pelo interior do país em uma gigantesca área territorial de 1,5 milhões de km², o que legitima a afirmativa do escritor João Guimarães Rosa: “o sertão é do tamanho do mundo”. Diferente da exuberância de verdes e das espécies encontradas em outros biomas nacionais como a Selva Amazônica e a Mata Atlântica, o Cerrado apresenta uma composição relativamente uniforme de espécies vegetais. Sua coloração é discreta como o é a gente do interior. Esta é a razão da paleta de tons selecionados por Ana Durães que consegue traduzir em formas e cores o Brasil profundo, contido, o Brasil planaltino, mas que, ao mesmo tempo, nos deixa desfrutar do encantamento da luz incomparável do Brasil central especialmente nas auroras e nos poentes.
A presente série vem sendo maturada há muito tempo. Inicialmente, Ana armazenou e, posteriormente, selecionou as velaturas, resíduos de trabalhos anteriores, alguns realizados há mais de dez anos, e que servem de fundo aos que ora nos apresenta. O passo seguinte foi a viagem ao planalto central onde a artista fotografou as árvores esculpidas pelo tempo e pelo vento e que lhe pareceram merecer protagonizar as paisagens idealizadas.
A delicadeza dos traços, das sobreposições e a procura da simplicidade extrema conquistadas pela pintora desvelam paisagens de um Brasil que não se oferece, que só se mostra quando buscado.
Sobre Ana Durães:
Nascida em Diamantina, Minas Gerais, Brasil em 1962. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil desde 1982. Já expos em museus, galerias e instituições do Brasil, como: Palácio das Artes em Belo Horizonte, Brasil; Museu de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil; Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna, Salvador, Brasil; Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil; Escola de Artes Visuais, Rio de Janeiro, Brasil; Museu da República, Rio de Janeiro, Brasil.
Também fex exposições no exterior em muitas galerias e museus, tais como: Instituto Cultural Brasileiro-Americano, Washington DC, EUA; Kunstlerhaus, em Viena, Áustria; Embaixada do Brasil em Berlim, Alemanha; Embaixada do Brasil em Paris, França.
Ana Durães também trabalha com conjuntos e instalações para grandes instituições como o Teatro Municipal da Cidade do Rio de Janeiro, o Museu Ambiental do Jardim Botânico, o Rio de Janeiro e outros Centros Culturais no Brasil. Conjuntos de palcos criados para vários músicos brasileiros.
Em 2013 Durães fez uma exposição individual "Novos Pretos Novos", onde falou sobre a persistência histórica da segregação dos afrodescendentes.
Ela criou o Premium Nise da Silveira para as mulheres que ultrapassam em vários setores da sociedade, criando os prêmios desde 2013 até 2018
Em 2012, comemorou 30 anos de carreira na exposição individual "Mundo das Coisas" no Espaço Cultural Furnas Eletrobrás, Rio de Janeiro, Brasil.
Ela trabalha para a GLOBO TV desde 2008 como um "gosth painter " para atores / pintores. Desde 2010, ela fez trabalhos de arte curatorial para séries de TV
Foi juíza de alegorias e adereços no desfile da Escola de Samba do Rio de Janeiro por cinco anos.
De 2004 a 2011, Durães trabalhou como Diretora no Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo e como Diretora no Centro Municipal de Arte Helio Oiticica. Ela também trabalhou como Diretora de Artes Visuais pela Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.