Sobre anúncios de garotas de programa em classificados dos jornais, a tinta desenha pernas de mulheres em meia arrastão, trabalho de Joni Lima, formado em artes visuais pela UFMS.
Do outro lado em exposição, os recortes formam árvores e mandalas, assinadas pela artista Tt Irie, que se define como "nipo-italiana da fronteira Oeste do Brasil, com um quê de cósmica, outro de cosmopolita"
Por um público novo, o Coletivo 1 + 1 = Bastante - grupo formado por artistas plásticos, busca conceitos diferentes para a arte em Mato Grosso do Sul.
“Nossa intenção é formar público”, explica João Rodrigues, tatuador e artista plástico.
Para o grupo, outros elementos do dia a dia do sul-mato-grossense podem ser representados, longe da “venerada” cultura bovina.
Com a mostra coletiva “Asfalto Selvagem – Paradoxo Verde-Cinza”, os artistas abordam aspectos comuns do cotidiano da vida globalizada e as peculiaridades do regional.
Nas telas, a mistura de elementos como tinta plástica, jornal, retalhos de seda, erva mate e canetas, representam a diversidade e a riqueza natural da região, reconhecida internacionalmente.
Os artistas querem mostrar o que há de bonito em cidades que crescem cercadas pela natureza.
“A ideia é mostrar que o que está em volta também pode ser transformado em arte, não só a coisa do boi” diz Tt Irie.
O coletivo é coordenado pelos artistas sul-mato-grossenses Jean Lima e Joni Lima e a carioca Maria Laura Cravo.
No grupo tem ainda Cid Nogueira, João Rodrigues, Jefree Nhô de Mato Grosso do Sul, e Flávio Melgarejo que faz ponte MS/São Paulo e Vitor Vogel do Rio de Janeiro e Luana de São Paulo.
A mostra foi inaugurada no Mercado Mundo Mix do 12º Festival de Inverno de Bonito, realizado em julho deste ano, mas o grupo existe desde abril de 2010 em Campo Grande, criado por Jean Joni Lima, com a série de pinturas “Eu me vendo por menos do que você imagina!”.
A mostra rendeu ao Coletivo a Menção Honrosa no 2º Salão de Artes de Campo Grande recebida em agosto de 2010.
A nova leva de artistas busca também por um circuito alternativo de arte, com exposições em bares e locais onde não se vê obras expostas, como a que ocorreu no ano passado na Praça da Cantareira em Niterói, no Rio de Janeiro.