Quem se aventura no mercado de arte pela primeira vez enfrenta muitas dúvidas, frente a um complexo e especulativo setor de múltiplas opções, que acabam deixando desorientada a maioria dos interessados.
Para tentar entender e conhecer esse vasto universo é preciso observar a história da arte, onde verificamos que a importância de um artista e sua obra acontece na medida do seu valor histórico, indicado pela importância das contribuições e inovações aportadas para arte da sua época, ou seja, os vanguardistas de todos os tempos, os revolucionários, os corajosos, os rebeldes contra seu tempo, os destruidores do convencional... Esses loucos maravilhosos que recriam e temperam a nossa existência. Somente esses artistas têm chance de ficar na história, tendo a sua obra muito valorizada e disputada por colecionadores e investidores.
Então a reflexão correta dos interessados no mercado de arte é a de tentar enxergar quais artistas ficarão na história da arte e quais não - mas isto não é nada fácil.
Um artista que hoje é badalado e que está em evidência não é necessariamente um artista importante para a história (às vezes esses artistas refletem apenas atitudes tendenciosas de um segmento da sociedade ou de um mercado especulativo). Esses casos, com o tempo, são rapidamente esquecidos, e a história da arte nem toma conhecimento deles. Mas todo artista que desenvolve um trabalho importante no sentido de contribuir com aportes técnicos ou conceituais para a sua época, cedo ou tarde será descoberto. E a ele será outorgado seu devido lugar de destaque e reconhecimento dentro da história da arte.
O aval de alguns críticos e instituições importantes é um bom referencial de quais são os artistas que têm boa chance de entrar para a história.
Por outro lado, temos os compradores, que, nesse mercado, são representados por dois tipos: os colecionadores, apaixonados por arte, e o investidor financeiro, que visa rentabilidade e valorização do dinheiro investido.
Se você for um investidor, tem duas opções: viver fortes emoções, investindo no mercado de risco a longo prazo, ou seja, em arte emergente, arte nova, na qual se investe pouco, mas não se sabe quais serão os resultados. Ou invista com tranqüilidade em obras de mestres já consagrados: aqui os valores normalmente já atingiram o topo, são elevados, e a rentabilidade, embora certa, é pequena. Mas se você é um colecionador, siga os impulsos do seu coração e procure obras que lhe proporcionem uma relação de prazer na convivência com elas.
Enfim, é importante acompanhar o mercado de arte emergente, procurando detectar a permanência do trabalho dos artistas. O resto só o tempo vai dizer.