Movimento poético de vanguarda que surgiu a partir das reuniões organizadas por Rafael Cansinos-Assens, no Café Colonial de Madri, no final de 1918. O ultraísmo foi uma reação à monotonia dos adeptos do modernismo de Rubén Darío.
O ultraísta Guillermo de Torre o definiu “como uma violenta reação à era de Rubén Darío e sua conseqüente série de poetas fáceis, que tinham chegado a formar um caráter híbrido e confuso, uma espécie de bijuteria poética, um produto para as revistas burguesas”. Jorge Luis Borges tinha opinião semelhante, mas no entanto, acabará renegando suas origens ultraístas.
Além disso, a passagem do poeta chileno Vicente Huidobro e sua defesa do criacionismo por sua gestação foi um aspecto importante. O movimento se difundiu através de revistas, como Los Quijotes, Grecia, Cervantes, Ultra, Cosmópolis, Horizonte, Vértices, entre outras. Além dos antecedentes espanhóis, como Ramón Gómez de la Serna e Juan Ramón Jiménez, é importante ressaltar a relação do ultraísmo com os movimentos de vanguarda contemporâneos: o futurismo, o cubismo e o dadaísmo.
A “imagem múltipla”, que supõe a identificação mais plena entre a poesia e a música, a condensação metafórica (ver Figuras de linguagem), a eliminação de conexões inúteis, o avanço da “imagem refletida ou simples”, de acordo com os comentários de Gerardo Diego, e o valor plástico da disposição tipográfica, herança direta dos caligramas de Apollinaire são aspectos fundamentais do ultraísmo. Além dos já citados, os poetas ultraístas mais notórios foram Juan Larrea, Pedro Garfias, Adriano del Valle, Eugenio Montes, José Rivas Panedas, Rafael Lasso de la Vega, Isaac del Vando-Villar, entre outros.
O movimento se dissolveu com o fim da publicação da revista Ultra na primavera de 1922. Dámaso Alonso, ainda que incisivo em sua crítica — “impossibilitado de dominar um ritmo novo, evitou todos os ritmos e lançou mão dos versos mais pobres” —, não deixa de reconhecer que não é possível compreender a poesia posterior sem considerar o ultraísmo.