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O muralismo mexicano, considerado o Renascimento da arte mexicana, foi um movimento artístico singular e de extrema importância para a arte mundial do século XX.

 O traço fundamental deste movimento é a intervenção social e política através da arte, levando-a ao povo e, através dela, transmitindo uma mensagem de otimismo e solidariedade em relação à sociedade e à humanidade. A temática central é o povo mexicano, a sua vida, a sua história e os seus valores, a melhor forma de fazer passar a mensagem ao povo de um modo simples e compreensível. Isto foi realizado através de uma técnica monumental, a pintura mural, que tornava a arte acessível às massas e que foi levada a cabo com grande talento pelos grandes pintores mexicanos Orozco, Rivera e Siqueiros, entre outros.

 O muralismo mexicano está intimamente relacionado com a revolução mexicana de 1910 e os ideais comunistas que lhe estavam subjacentes, aliás foi José Vasconcelos, Ministro da Educação Pública do período pós-revolucionário, o principal impulsionador deste movimento, ao pôr à disposição dos pintores as paredes dos edifícios públicos do México.

 O muralismo mexicano foi um dos últimos movimentos estéticos em que se verificou a integração das três artes, a pintura, a escultura e a arquitetura. Este fato diz muito da sua importância e monumentalidade.

 Toda a mensagem transmitida pelas obras muralistas está impregnada de ideais comunistas, abordados de uma forma mais idealista e utópica, em Rivera, mais crítica e pessimista, em Orozco ou mais convicta e interventiva, em Siqueiros.

 Em termos formais a influência do realismo socialista no muralismo mexicano foi ultrapassada pela riqueza da experiência estética dos seus protagonistas, que com grande talento sintetizaram várias influências, dando origem a um movimento estético único.