A pedra do meu novo anel,
orgulhoso da canhota que o ostenta.
A blusa de pontos e nós que minha mãe
vem tecendo,
o tomate pintado a mangericão
da pizza das oito.
A lancha da marinha que vai atrás dos navios.
Vermelhos eram os lençóis do meu sonho macio,
e o sangue rápido
que mexe as veias
e as torna azuladas.
O tom exato do desejo
e os gemidos agudos escorrendo lençóis.
O fogo que se enrosca nas achas
e as devora, insaciável,
e que depois de consumi-las
arde em brasa luzente.