Celina de Castro
Ah, as dores dos gênios
são sempre mais intensas,
são imensas,
obscuras.
Dores do mundo,
abissais,
traduzidas em fúria,
em medo,
em loucura.
Dos vastos campos de girassóis
a retratos mutilados.
De cenas campestres, felizes,
às chagas da guerra,
da fome, da solidão.
Angústia.
Fases negras,
porque escuras são
as dores dos gênios.
Ou pintadas de desespero.