Grã-Bretanha perde espaço no mercado de arte, diz pesquisa
Por Paul Majendie
LONDRES (Reuters) - O patrimônio de arte da Grã-Bretanha está se esvaindo e os museus do país não conseguem mais competir com rivais estrangeiros na disputa por obras dos grandes mestres, revelou uma pesquisa nesta sexta-feira.
Um estudo mostrou que o Metropolitan Museum of Art, de Nova York, gastou 53,4 milhões de libras (102 milhões de dólares) na compra de obras de arte em 2004-05.
O valor é oito vezes superior ao que foi gasto pela National Gallery de Londres e 70 vezes o que gastou o British Museum.
"Sabíamos que havia problemas sérios, mas ficamos chocados", disse David Barrie, diretor da organização beneficente Art Fund, responsável pela pesquisa.
"Os museus britânicos estão sendo expulsos do mercado."
Ele disse que o regime tributário nos EUA incentiva as doações de particulares e empresas e exortou o governo britânico a seguir esse exemplo, se não houver dinheiro facilmente disponível de fontes públicas.
"A situação atual está enfraquecendo nossos grandes museus", disse Barry. "Somos competidores muito pequenos, mesmo."
A pesquisa do Art Fund mostrou que os maiores museus britânicos saem perdendo em relação às grandes instituições de Nova York, do museu Getty, de Los Angeles, do Louvre, em Paris e do Rijksmuseum, de Amsterdã.
"O problema fundamental é que nossos grandes museus, financiados pelo governo central, vêm perdendo poder de compra", disse Barrie à Reuters.
"Isso acontece em parte porque eles não têm verba suficiente, mas também em função da inflação galopante no mercado internacional de arte."
Os preços de obras dos grandes mestres nos leilões de arte vêm subindo vertiginosamente.
Barrie disse: "Os valores que seriam necessários são muito pequenos em relação às contas nacionais. Vinte a 30 milhões de libras por ano fariam uma diferença imensa."
Pedindo ajuda para os museus britânicos na corrida internacional para adquirir grandes obras de arte, ele exortou o governo: "Por favor levem essas conclusões a sério. O problema é real e crescente."
Maior organização britânica beneficente da arte, criada em 1903, o Art Fund distribui 4 milhões de libras por ano em doações a museus e galerias para a compra de obras de arte.