O brasileiro Guilherme Júnior ganhou prêmio na categoria amadora.

Foto foi feita em jogo beneficente do Flamengo no Maracanã.

 

 

A paixão pelas artes fez com que o carioca Guilherme dos Santos Júnior, de 28 anos, se dedicasse a olhar a vida com outros olhos: o da pintura, do cinema e das fotografias. Essa paixão motivou o artista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a juntar dinheiro para comprar uma máquina fotográfica digital semiprofissional há dois anos e fotografar quase tudo o que via pela frente.

 

Uma destas milhares de fotos deu ao jovem um prêmio internacional de melhor fotografia amadora no concurso Sony World Photography Awards. A entrega do mérito será realizada no final de abril em Cannes, na França.

 

A foto, chamada de Twisters, destaca uma torcedora do Flamengo, clicada no meio de um público de 50 mil pessoas. “Foi em um jogo amistoso do Flamengo, realizado após o time ter vencido o campeonato brasileiro de 2009. Fotografei tudo, mas uma menina que estava próxima me chamou a atenção pela euforia. Tudo o que o time fazia em campo ela comemorava”, conta Guilherme. “Acho que a foto ficou boa porque foi espontânea e foi no estádio do Maracanã repleto de flamenguistas. Esta foto foi muito forte para mim”.

 

Guilherme dos Santos Júnior foi o vencedor do concurso internacional de fotografia da Sony. (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Como prêmio, Guilherme ganhou uma nova máquina fotográfica digital da Sony, uma viagem para a premiação em Cannes, e uma viagem para assistir a um jogo da Copa do Mundo na África do Sul. “Nunca imaginei que poderia ganhar este prêmio”, comemora o jovem. “Inscrevi as fotos em janeiro, em um momento que eu me preparava para me mudar para Portugal, para estudar na Escola de Belas Artes da Universidade do Porto. Quando recebi um telefonema da organização avisando que ganhei em uma das categorias, eu estava quase no aeroporto”, afirma.

 

Após o prêmio, e agora morando em Portugal, Guilherme busca se profissionalizar nas artes. “Sempre fui um pouco confuso em que área atuar. Vim da educação artística e foquei em dar aula para crianças carentes. Gosto dessa linguagem infanto-juvenil. Estudando em Portugal, quero me profissionalizar em fotografia, mas o custo do material é muito caro. Estou investindo nas disciplinas de artes e de cinema, que não exigem ter tanto dinheiro”, lamenta o artista. “Venho de uma comunidade pobre, cresci na Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Tenho muita vontade de realizar um trabalho filantrópico com as crianças na comunidade com tudo o que aprendi. Posso mostrar que a educação é importante”.

 

Ele acredita que o reconhecimento lhe dará mais vontade para estudar e trabalhar. “Tudo aconteceu tão rápido e de um modo tão bom, não posso reclamar de nada. O reconhecimento a partir desta vitória será muito bom para mim”, explica. “Eu meto a cara, não existe fraqueza para mim”.