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Hoje, não te quero.
Hoje, quero o
Homem do Colete verde,
o iluminado,
que me chame de
Amada.
Que beba o néctar,
que em mim existe.
Que me abrace forte,
Amigo, amante,
abrigo nos meus desamparos.
Hoje, quero ternuras trocar
com um homem
que dos caminhos saiba...
que me fale do amor
em seus enredos.
Hoje, Homem-Menino,
não te quero.
Não quero que me dês
das paletas, as cores indecisas,
ocres, cinzas, nem os azuis ftalos
violetas tristes
ou púrpuras cardinalícias.
Hoje, quero cores vibrantes,
decididas, audaciosas.
Cores de vida.
Amarelo ouro, o laranja,
azul pavão,
vermelho paixão.
Quero as cores da sobretarde,
resplandecidas, neste meu lago,
assim, tão dourado.
Hoje, Homem-Menino,
não te mostrarei a senda maravilhosa
nem pela mão vou te levar à estrada das Esperanças
onde escondidos estão
os personagens da tua história.
E, na clareira linda
que ali vês, à noite estrelas cintilam.
Cintilam e brincam,
brincam de pisca-pisca...
Lá, não estenderei a branca toalha,
nem servirei o mais raro vinho
nem te darei o caramelo
em forma de coração...
Hoje, não quero sombras no meu coração.
Quero que Deus me proteja
do Homem-Mentira,
mente ambígua,
dicotômica,
dos conluios traiçoeiros,
do mais mortal veneno...
Hoje, quero o Homem...
o Homem do Colete Verde,
o Iluminado,
um homem com H maiúsculo!