Celina de CastroCelina de Castro

Amarelo, dizem, é a cor do desespero.

Pois seja.

Um domingo amarelo toma a tarde,

Vento empurra o calor para trás das montanhas;

minha saudade amarela vem por envelope timbrado,

falando da quarta feira

cinzenta das cinzas sopradas sobre a cidade.

Minha alma anda inquieta,

coração acelerado;

olhos insatisfeitos cerram pálpebras,

corpo se agita,

cabeça arrebenta.

Órgãos se ajeitam, remexem

no meu mal estar mulher.

Vai-se o verão.

O amor que atravessou a primavera e o estilo,

espera, impaciente, o outono.

É lindo de se ver as estações através do amor.