NITERÓI - Depois de mais de um ano fechado para sua primeira grande reforma, que custou R$ 7 milhões, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), prestes a completar 20 anos, reabrirá quinta-feira, cheio de novidades e com extensa programação. A partir das 18h, os niteroienses poderão matar a saudade da joia arquitetônica que se tornou o maior símbolo da cidade, com direito a exposições, shows e performances.
A montagem de três exposições está sendo finalizada: "Ephemera: Diálogos entre-vistas", "A arte de contar histórias" e "Da escuta da matéria aos escombros do ser". Após a cerimônia de reabertura, quinta-feira, haverá show de jazz com o consagrado saxofonista Leo Gandelman.
Os visitantes encontrarão um museu mais bem equipado e com infraestrutura renovada. Na parte externa, foi feita uma impermeabilização da cobertura do prédio, além de limpeza e pintura da fachada e da rampa de acesso. A área interna ganhou novo sistema de ar-condicionado, e todo o carpete dos salões expositivos foi trocado. Os banheiros também passaram por reformas, e uma loja está sendo montada junto à recepção. Dentre as novidades que impactarão toda a paisagem da Boa Viagem estão a nova iluminação a LED do espelho-d'água, do prédio e do entorno da praça, um projeto de Peter Gasper, e a substituição das grades que cercavam o museu por uma estrutura de vidro.
PAISAGEM QUE EMOCIONA
Se as novidades reforçam a beleza arquitetônica do museu, o impacto da paisagem niteroiense sob as obras permanece intocado. A artista gaúcha Elida Tessler se emocionou durante a montagem da exposição "A arte de contar histórias", da qual participa com a obra "Desertões", em que lupas ampliam trechos recortados do texto de "Os sertões", de Euclides da Cunha.
— Quando percebi que a paisagem estava refletida nas lupas, vi que a obra se transformou em outra coisa. As lupas passaram a ter o reflexo de uma pintura que eu seria incapaz de fazer. Isso me tirou do eixo — conta.
A administração do museu lembra que a reforma marca os 20 anos do museu, que serão completados em 2 de setembro. Reforça também o lançamento do programa MAC+20, com exposições que ressaltam a importância e a potência histórica da Coleção MAC Sattamini e, simultaneamente, celebram novas perspectivas da curadoria, por meio de colaborações nacionais e internacionais que serão realizadas nas próximas duas décadas.
Fonte: O Globo