Belo Horizonte - Perto de completar 90 anos, a artista nipo-brasileira Tomie Ohtake está em plena atividade. Há uma semana, ela inaugurou em Belo Horizonte uma escultura em aço de 40 metros de comprimento, considerada a maior obra em extensão já realizada por ela. Um trabalho de 1,84 metro de largura e 32 centímetros de espessura, que passa a integrar o complexo urbanístico da Pampulha, um dos principais pontos turísticos da capital mineira.
A artista descreve a obra pondo em relevo sua leveza: "Duas magníficas barras gêmeas que parecem brotar do chão. Nunca retas, nunca diretas como a vida nunca é. Em direções opostas, cada uma segue com suas singularidades, sempre desafiando a lei da gravidade". Ela também não deixa de salientar a influência exercida pelo cenário da Pampulha, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Para o diretor do Museu Nacional de Belas Artes, Paulo Herkenhoff, o trabalho é uma das "mais ousadas" esculturas nacionais. Herkenhoff é o curador da exposição Tomie Ohtake e a Trama Espiritual da Arte Brasileira, comemorativa dos 90 anos da artista, que ela completa no próximo dia 21.
A mostra será aberta em São Paulo no dia 18 e ocupará todos os espaços do Instituto Tomie Ohtake. A exposição vai reunir 40 artistas e 150 trabalhos, entre pinturas, esculturas, desenhos e objetos, do barroco à arte indígena, negra, popular, moderna, contemporânea.
Eduardo Kattah