moacir andrade aa49cMoacir Andrade é conhecido no Brasil e no mundo. Foto: Reprodução/Radar 10

MANAUS - O pintor e desenhista amazonense Moacir Andrade morreu no início da tarde desta quarta-feira (27), na capital do Amazonas. O anúncio foi feito pela presidente da Academia Amazonense de Letras (AAL), Rosa Mendonça de Brito. Andrade será velado no local, a partir das 19h. Ele tinha 89 anos e estava internado para um procedimento cirúrgico em um hospital da cidade.

O vice-presidente da AAL e amigo de Moacir, Abrahim Baze, classifica o fato como "uma perda irreparável". "Ele é a maior expressão das artes plástica do Amazonas. Primeiro ele, depois Branco e Silva", diz. "O talento dele não se resumia as artes plásticas, pois ele deixou mais de 20 livros publicados", completa. "As obras do Moacir estão espalhadas do todo o mundo. Chefes de Estado e até o papa João Paulo II ganharam quadros dele".

Moacir também é lembrado pelo colega de AAL por ser uma pessoa generosa. Como exemplo, Abrahim destaca a doação de várias obras ao Museu da Rede Amazônica, entre elas, os seus primeiros desenhos feitos em crayon. "O Moacir não fez fortuna com a sua arte, ele vivia como um homem de classe média e se aposentou como professor", recorda.

A última vez que o escritor Márcio Souza esteve com Andrade foi no sábado (23). Ele diz que o colega tinha alegria de viver, mas que a partida já era esperada. Moacir lutava contra um câncer no fígado. "Ele amava a vida e as mulheres. Mas nós já estávamos nos preparando para isso", diz. "A morte dele é um prejuízo irreparável à cultura, não só do Amazonas, mas do Brasil", avalia.

Carreira

Com talento nato para a pintura fez de Andrade um autodidata. Sempre ativo na cena artística, marcou presença na literatura e nas artes plásticas. Inclusive, integrou o Clube da Madrugada, movimento artístico mais importante do Amazonas. Ele era conhecido nacional e internacionalmente e realizou exposições em mais 70 países. Nos seus mais de 60 anos de carreira, produziu 50 mil telas.