São Paulo - Inos Corradin veio da Itália em 1951. Nasceu em Vogogna, em 1929, mas desde que chegou no Brasil mora em Jundiaí e diz que a maior parte do tempo está em seu ateliê: são 50 anos de produção. Justamente para comemorar essa data, o artista inaugura hoje à noite uma exposição no Hotel InterContinental e lança um livro sobre sua trajetória. Ao todo, a mostra estará composta por 40 obras (inéditas e mais algumas da sua coleção particular que perpassam sua carreira). Também estarão lá quadros de cinco convidados ilustres, grandes amigos de Corradin: Aldemir Martins, Gilberto Salvador, Gustavo Rosa, Fang e Leonel Brayner, e um conjunto de esferas de fibra, com as cores amarelo, verde, vermelho e branco, junção das bandeiras brasileira e italiana, essa, obra-homenagem de seu filho Sandro.

 

Corradin é bem-humorado, a cor é a grande propulsora de suas telas. "As obras sem cor me dão tristeza", diz o artista sobre as poucas esculturas feitas em bronze, no ano passado, que também apresenta. Interessa, para Corradin, o universo pictórico. Nos quadros, figuras das mais diversas - músicos, jogadores de futebol, São Francisco (o protetor do artista), equilibristas, rostos de perfis -, naturezas-mortas geometrizadas e as paisagens, essas, quase todas marinhas. "Porque gosto do mar", diz Corradin. Foram tiradas do Rio e das praias capixabas. Para o artista, é difícil dizer sobre as variações em sua obra. De uma figuração mais realista para outra mais geometrizada, tudo isso é indiferente, o que importa para Corradin é ser coerente consigo mesmo. "É possível perceber a mensagem pictórica de Inos, a sutil ironia de seus personagens, a ingênua simplicidade de suas casas e árvores. Tudo é centrado no ´leitmotif´ de um empenho que quer ser diálogo construtivo, relação vibrante e não fria ilustração", como esc reve o crítico de arte Paolo Tieto no livro Inos - 50 Anos de Pintura.

 

Camila Molina