Annita Catarina Malfatti nasceu em São Paulo no dia 2 de dezembro de 1889 e faleceu no dia 6 de novembro de 1964 na mesma capital.
Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora, Anita teve o início de sua instrução artística e cultural através de sua mãe, a americana Betty Malfatti, que foi professora de pintura e de línguas.
Por causa de uma atrofia no braço e na mão direita, Anita transformou-se em canhota, utilizando a mão esquerda para pintar.
Em São Paulo, estudou no Mackenzie.
Na Alemanha em 1910 quando se consolidava a Arte Moderna européia, estudou em Berlim com Fritz Bürger, na Academia de Belas Artes Lewin Funcke, fundada por secessionistas. Adquiriu bases sólidas estudando com o presidente desta associação independente, o expressionista Lovis Corinth por quatro anos e expondo anonimamente na secessão em 1911.
Nos EUA, em Nova York, teve aulas de desenho e gravura com diversos artistas na Academia Arts Students League of New York.
Na Independent School of Art ao lado do professor filósofo Homer Boss e de refugiados de guerra europeus, desenvolveu sua pintura dramática influenciada pelo peso da guerra, por Marcel Duchamp, Juan Gris (o professor de Chagall) e Léon Bakst entre muitos outros.
Expôs numa coletiva de alunos e trabalhava fazendo ilustrações para as revistas Vanity Fair e Vogue.
Passou a ser mais conhecida em 1917, após a segunda exposição individual como pioneira introduzindo a Arte Moderna no Brasil, causando escândalo e polemica.
No fim da década de 10, em São Paulo, freqüentou o ateliê do artista plástico Pedro Alexandrino, onde conheceu Tarsila do Amaral.
Lecionou desenho na escola americana Mackenzie, na Associação Cívica Feminina e no seu próprio ateliê (freqüentado por inúmeros artistas).
Em fevereiro de 1922 participou sendo homenageada com o maior destaque representativo da Semana de Arte Moderna.
Fundou o ‘Grupo dos Cinco’ com Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Pichia. Anos mais tarde integrou a Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) na Família Artística Paulista (FAP) e participou do Salão Revolucionário.
Em 1923 ganhou pelo Pensionato Artístico do Estado de São Paulo uma bolsa de estudos em Paris. Em 1926 o governo Frances adquiriu um de seus retratos, participou dos Salões e fez sua terceira individual onde foi consagrada e percebida por artistas e críticos franceses.
Em 1942, foi presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, naquele ano não expôs, realizando exposições de artistas contemporâneos. Sua primeira retrospectiva aconteceu no MASP - Museu de Arte de São Paulo, em 1949. Expôs 1º Salão Paulista de Arte Moderna e expôs concorrendo na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
Em 1963, com Sala especial na VII Bienal recebeu grande homenagem.
Após a morte de sua mãe, Anita se afastou do meio artístico por algum tempo, no entanto, quando regressou oficialmente em uma exposição individual de 1955, a artista apresentou suas obras produzidas nesse período de reclusão. Seu novo tema era exclusivamente a arte popular brasileira, opção esta, considerada por ela e por diversos profissionais sua melhor e mais pura fase.