Um dos respresentantes baianos do modernismo brasileiro, o pintor de A Chegada dos Orixás na Bahia, morreu de complicações causadas por uma hérnia
Salvador - Morreu hoje, na capital baiana, aos 79 anos, o pintor Carlos Bastos, considerado um dos maiores representantes do Modernismo brasileiro. Ele estava internado há 30 dias no Hospital São Rafael devido a complicações provocadas por uma hérnia e morreu em conseqüência de falência múltipla de órgãos. O velório do corpo de Bastos, conforme desejo do artista, está sendo realizado na sua casa no bairro de Itapuã. Ele será sepultado amanhã.
De estilo requintado, dedicou-se à pintura antropológica, arquitetônica e onírica produzindo uma grande quantidade de quadros de temática surrealista usando como modelo as festas e o povo da Bahia. Ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia em 1944 e foi aluno de três grandes pintores baianos João Mendonça Filho, Raimundo Aguiar e Alberto Valença. Dois anos depois foi estudar no Rio de Janeiro com Iberê Camargo. O amigo e escultor Mário Cravo Júnior convidou-o para aperfeiçoar sua técnica nos Estados Unidos em outubro de 1947. Em Nova York, Bastos freqüentou a Art Student League.
Além de quadros, o artista que realizou inúmeras exposições no Exterior e no Brasil dedicou-se aos murais como o monumental A chegada dos orixás na Bahia, para o Centro Empresarial Iguatemi II e A procissão de Bom Jesus dos Navegantes que decora a Assembléia Legislativa da Bahia.
Biaggio Talento