Rio – A alma e a arte de um dos principais pintores do modernismo do século 20 chega até a Caixa Cultural Rio de Janeiro na próxima terça-feira, 13 de setembro. A exposição ‘Picasso: Mão Erudita, Olho Selvagem’ apresenta ao público mais de cem obras do artista espanhol (incluindo pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e fotos), a maior parte nunca exposta no Brasil. A mostra tem classificação livre, entrada gratuita e fica em cartaz até 20 de novembro.

picasso acc75Obra ‘Deux Femmes Courant Sur La Plage’

“Picasso trabalhou e esteve presente em diversos movimentos artísticos marcantes, principalmente o modernismo. Ele e sua arte se manterão importantes daqui a 20, 30 anos. Uma coisa interessante é o jeito que ele pintava. Não queria criar uma teoria, mas desenhar algo bom”, afirma Ricardo Ohtake, diretor do Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, que trabalhou em conjunto com o Musée National Picasso-Paris para formar a exposição.

No espaço, aparecem as principais fases da trajetória do pintor em dez seções. Cada uma cobre uma época e um tema diferente. “As obras mostram todas as etapas fundamentais da vida de Picasso. Ele criou obras para vários movimentos artísticos. Numa fase, a arte dele foi estritamente política, representada pelo quadro ‘Guernica’. Mostramos as obras do fim da vida dele, uma época das mais inventivas, apesar de acharem que ele estava gagá”.

Segundo Ricardo, as partes que mais atraem o público são as mais divulgadas mundialmente: as fases cubista e surrealista do artista. Mas afirma também que toda a obra tem importância e faz um convite aos visitantes: “Hoje no mundo, as coisas se repetem, são feitas sem grandes entusiasmos.

Temos que valorizar Picasso, um homem que sempre teve entusiasmo pela vida e pela a arte. Quem vai à exposição, fica com a alma elevada”.

Além das obras, há fotografias feitas por Andres Villers (1930-2016) em parceria com ele, e imagens feitas por Pierre Manciet durante as filmagens de ‘La Vie Commence Demain’ (1949), de Nicole Védrès, no ateliê do artista, na França. Esse filme, mais ‘Guernica’ (1950), de Alain Resnais e Robert Hessens, e ‘Le Mystère Picasso’ (1956), de Henri-Georges Clouzot, sobre o processo criativo do artista, também serão exibidos na mostra. “É uma das primeiras vezes em que aparecem tantas fotografias numa exposição de Picasso”, completa Ohtake.