Dois pontos unem o famoso pintor e escultor francês Edgar Degas e o artista plástico brasileiro Roberto Camasmie: o amor pela França, fonte de inspiração para muitos trabalhos e o Impressionismo, do qual Degas é considerado um dos fundadores, uma das escolas preferidas do artista brasileiro.
No entanto, foi 'A Primeira Bailarina', a obra mais singela e conhecida de Degas, que comoveu Camasmie e o levou a mergulhar no tema, criando uma fase inusitada na sua carreira, com que também homenageia antecipadamente o célebre artista na comemoração dos 100 anos de sua morte (27/9/1917).
Como Degas, as bailarinas de Camasmie têm cores vibrantes. Mas saem do quadro e se tornam delicadas esculturas de aço. Ou vice versa... Sem perder o passo nem o ritmo, elas param, voam, deslizam, utilizam variadas posições de ballet.
Nos quadros de técnica mista - pinturas, grafite, colagens - com suas saias curtas ou longas, bem amplas, repletas de flores, pétalas e dobraduras de papel em formato de flores, as lindas bailarinas participam de uma coreografia especial, com ou sem música.
Quanto às esculturas, bastante trabalhosas, exigem, como no ballet, muita determinação, disciplina e esforço, o que Roberto tem de sobra... Feitas em aço, são pintadas com a mesma intensidade e vigor dos quadros e apresentam igualmente flores cortadas, recortadas, aplicadas e repintadas.
Embora nascido na Itália, o ballet chegou à França, de onde se espalhou para o mundo. Agora ele ganha uma nova coreografia, na interpretação de Roberto Camasmie, que combina a arte clássica de dançar e as figuras da natureza, marca registrada de seus trabalhos. Mas o entusiasmo do artista não pára por aí. Vai longe, muito longe! Entre suas mais recentes esculturas, ele criou uma linda bailarina com a saia feitinha de... fósforos. Queimados.