Centenas de pessoas tiraram a roupa para uma sessão pública de fotos que marcou os dez anos de uma galeria de arte em Manchester.
O fotógrafo americano Spencer Tunick quer captar os movimentos dos indivíduos em seu dia-a-dia. Para isso, ao longo do sábado e do domingo, ele vai levar mil voluntários em ônibus aquecidos para oito locações "secretas", onde registrará seu trabalho.
Os primeiros 500 posaram neste sábado em quatro locações diferentes em Manchester, no norte da Inglaterra, e em Salford, nos arredores.
Os trabalhos serão expostos a partir de junho na mostra Everyday People (algo como "Pessoas no dia-a-dia"), na galeria Lowry, que completa dez anos neste ano.
Tunick tem experiência em fotografar pelados: já trabalhou com centenas de pessoas em diversos projetos e países. O mais recente, no mês passado, foi uma foto conjunta de cinco mil pessoas nuas nos degraus da Ópera de Sydney, na Austrália.
O fotógrafo americano disse que "levou mais ou menos dez anos para conquistar a confiança do público inglês", mas que agora o trabalho é manter o número de voluntários sob controle.
"Muita gente se ofereceu, mas tivemos de limitar o número de participantes a mil", afirmou. "Na Inglaterra o meu trabalho é aceito como arte, o que leva as pessoas a querer posar."
O curador de artes visuais da galeria, Michael Simpson, elogiou os trabalhos de Tunick por "retratar as pessoas comuns fazendo as suas coisas no dia-a-dia".
"As pessoas que participam deste projeto estão fazendo algo extraordinário, sem roupas, mas ao mesmo tempo são apenas gente comum, de todas as cores e formas e tamanhos diferentes."
Uma das voluntárias, Victoria Denning, da cidade de Birmingham, descreveu o projeto como "uma grande experiência".
"Você se acostuma com um certo tipo de forma de corpo presente nas revistas, e ninguém aqui se parece com aquilo", disse.
Ela afirmou que, mesmo sendo a primeira experiência do tipo, tirar a roupa em público foi "normal, porque todo mundo estava fazendo a mesma coisa e ninguém estava olhando".