Londres, 13 mar (EFE) - O Governo britânico protegerá com uma lei contra apreensões as obras de arte emprestadas de outros países a museus e galerias de arte do Reino Unido para evitar que sejam utilizadas como moeda de troca em conflitos econômicos.

 

Com esta iniciativa, divulgada no jornal "The Times", se pretende oferecer uma garantia a museus, como os russos, que se recusam a emprestar obras de arte ao Reino Unido por temer que não sejam devolvidas e sejam tomadas como parte do pagamento da dívida externa da Rússia.

 

Para o secretário britânico de Indústrias Criativas e Turismo, James Purnell, este projeto pretende dotar de imunidade os empréstimos de arte frente aos "seqüestros culturais".

 

Neste sentido, o Museu Ermitage de São Petersburgo (Rússia) ameaçou não colaborar com a Tate Modern (Londres) em uma retrospectiva de Kandinsky programada para junho.

 

Em 2003, o famoso museu russo decidiu não emprestar à National Gallery de Londres o quadro de Tiziano "San Sebastian".

 

O diretor do Ermitage, Mikhail Piotrovsky, disse que precisa de "garantias concretas" de que as obras emprestadas não serão expropriadas.

 

"Atualmente, as obras de arte são usadas como 'reféns' nas disputas comerciais", assinalou o diretor.

 

Piotrovsky disse que reconsiderará todos os acordos para exposições com aqueles países que não ofereçam garantias ou com os Governos que "não entendam que a arte não é um bem comercial".